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Além de manter treinados tripulantes da Transpetro, Academia Marítima da companhia inicia curso para formação de oficiais em abril

Colaborar com a Marinha do Brasil na formação de novos oficiais é um dos objetivos da Academia Marítima da Transpetro, que iniciará suas atividades curriculares no próximo mês de abril. A unidade pretende formar entre 240 e 400 oficiais por ano.

As instalações físicas da academia estão localizadas nas cidades do Rio de Janeiro e de Belém em razão da proximidade com o Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga) e com o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba). Nas aulas práticas, por exemplo, esses laboratórios da Marinha serão utilizados.

 

 

Existem dois tipos de formação de oficiais da Marinha. Uma delas é o ingresso pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), por meio de concurso público, com duração do curso de três anos e mais um de praticagem. Neste caso, estão aptos a participarem do concurso os candidatos que tenham o nível médio completo. Outra alternativa é ingressar pelo Curso de Adaptação a Segundo Oficial de Máquinas (Asom) e de Náutica (Ason). Neste caso, podem se candidatar ao processo seletivo bacharéis em áreas compatíveis com a Marinha, como Engenharia, Astronomia, Oceanografia, Meteorologia, Matemática, Física, Química, Estatística, Economia e Informática. O curso tem duração de um ano e é neste nicho que a Transpetro vai atuar. A academia aparece como uma nova unidade para atender ainda mais pessoas.

As inscrições para participação do processo seletivo de admissão aos Cursos de Adaptação foram realizadas entre os dias 15 de dezembro e 15 de janeiro. Cerca de 1,8 mil pessoas pleiteiam uma das 250 vagas para os cursos de Asom e Ason. Deste total, a unidade da Transpetro terá disponível 60 vagas. De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, é possível observar atualmente um maior interesse dos jovens nesta carreira. Ele credita o fato à boa fase vivida pela indústria naval brasileira. “No momento em que o Brasil, que foi o segundo maior fabricante de navio, perdeu o rumo, as pessoas não viam esperanças de progresso ou crescimento em uma carreira de marítimo. Agora que a indústria naval brasileira volta a ser a quarta maior carteira do mundo, a profissão tem se tornado atrativa”, diz.

Um fato considerado inovador por Machado é a quantidade de mulheres que tem escolhido a carreira no mar. No mundo, as marítimas correspondem a 1% e na Transpetro elas respondem por 10%. Segundo o executivo, no processo seletivo no Ciaga e Ciaba, as mulheres representam 35% dos 1,8 mil inscritos. “É um novo autor que começa a participar do processo”, acrescenta ele, destacando que o Brasil é o país com o maior número de oficiais femininos e que na Transpetro são cerca de 130 mulheres. Para tentar uma das vagas no curso, os candidatos realizarão, no próximo dia 12 de fevereiro, duas provas — uma de ciências humanas, abrangendo inglês e português, e outra de ciências exatas, envolvendo matemática e física. Exames de saúde e teste de suficiência física também constituem etapas do processo.

De acordo com o gerente executivo de Transporte Marítimo da Transpetro, Eduardo Bastos, a Marinha, através da Fundação de Estudos do Mar (Femar), está recrutando entre 16 e 18 professores para a academia. “Muitos deles provavelmente serão profissionais da própria Transpetro e de outras companhias de navegação”, diz. O início das aulas, diárias e em período integral, está previsto para o próximo dia 16 de abril. A conclusão da atividade é estimada para o dia 27 de março de 2013.

Os cursos serão gratuitos, e os candidatos receberão uma espécie de bolsa auxílio que varia de R$ 700 a R$ 1,5 mil. Na conclusão da atividade, o que se dá somente após a aprovação no estágio embarcado, o aluno é então declarado segundo oficial de máquinas ou segundo oficial de náutica da marinha mercante.

A Marinha atribui ao oficial de máquinas a responsabilidade pela operação, manutenção e gerenciamento das máquinas, motores e equipamentos que compõem os diversos sistemas do navio. O candidato começa sua atividade marítima como oficial de quarto de máquinas, depois subchefe de máquinas e, posteriormente, chefe de máquinas, sendo que, nessa última função, é responsável pelo gerenciamento das instalações de máquinas, inclusive daquelas instaladas nos grandes navios mercantes.

Já o oficial de náutica é responsável pela operação e gerenciamento dos equipamentos de convés, de navegação e de comunicações. O candidato começa como oficial de quarto de navegação, depois passa a imediato e posteriormente torna-se comandante. Nessa última função, é o responsável maior pela condução de navios mercantes.

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, destaca que a academia tem um papel complementar à atividade da marinha mercante. “Nossa conversa com a instituição vem a longo tempo e sempre tivemos o estímulo. A academia não veio para substituir a Marinha. O importante é que estamos investindo no futuro e preparando a indústria do petróleo para que seja fonte de esperança e oportunidade para uma geração de brasileiros”.

 

A Marinha do Brasil forma em todas as  modalidades, segundo Bastos, cerca de 800 oficiais anualmente. Com a academia da Transpetro, a capacidade de formação vai aumentar em cerca de 30%. “A Marinha continuará fazendo o papel dela e a necessidade está mostrando que ela já atingiu o seu limite de capacidade de formação. Então nos prontificamos e à medida que vai sendo necessário, vamos contribuindo com a formação”, acrescenta o gerente executivo de Recursos Humanos do Pessoal Marítimo da Transpetro, José Menezes Filho.

Além de auxiliar na formação de oficiais, a Academia Marítima da Transpetro foi criada também para manter treinados e atualizados os oficiais e os tripulantes da companhia. Este é o principal objetivo da instituição. Com o crescimento do país como produtor de petróleo e o consequente aumento da frota, a reciclagem do pessoal é necessária para o recebimento dos novos navios. “Não queremos ser só o maior, queremos ser o melhor. E o melhor é sempre definido por aquela empresa que possui a equipe mais engajada e mais competente. E a academia veio exatamente com esse objetivo fundamental, que é reciclar e treinar o pessoal”, explica Machado.

Atualmente, a Transpetro conta com cerca de 2,3 mil marítimos e uma frota de 52 navios ativos. Em 2016/17, a perspectiva da companhia é ter cerca de 3,5 mil para um total de 101 navios em operação, com a entrada em operação das unidades encomendadas pelo Promef. Manter o pessoal apto a operar com segurança os novos navios e dentro das últimas regras de navegação existentes é uma das principais funções da academia. “Essa frota nova vem com novas tecnologias, novos processos, e precisamos reciclar o nosso pessoal para que eles tenham também a mesma facilidade de operar os navios existentes e os que estão sendo adicionados à frota”, diz Bastos.

Desde o último mês de novembro, a academia vem realizando cursos experimentais de aperfeiçoamento com os oficiais e tripulantes da Transpetro. Segundo Bastos, a reciclagem é feita sob alguns aspectos: mudança de equipamentos dos navios e de patente. “Acreditamos que para sair de segundo para primeiro oficial de náutica, por exemplo, o profissional necessita de alguns conhecimentos a mais, então a academia vai proporcionar isso”, diz ele, acrescentando que os cursos duram cerca de quatro ou cinco dias.

Para não prejudicar a operação de um navio, a academia tem que ser extremamente versátil e flexível. Por isso, a reciclagem pode ser feita através de cursos nas salas de aulas ou a bordo.

“Existem alguns cursos em que o ideal é que seja nas próprias instalações da embarcação para podermos simular a situação real”, comenta Menezes Filho.

A companhia sempre teve treinamento tanto para o quadro de terra como para o de mar, ressalta o gerente de logística de pessoal marítimo da Transpetro, Danny Aronson. O diferencial da academia é dar um foco maior a esse momento de crescimento da frota. “Os cursos já vinham acontecendo no dia a dia da operação com diversas áreas realizando treinamento. A academia agora concentra esse esforço, buscando um ganho de escala e uma padronização maior”, comenta. Ele conclui também que a capacitação e o treinamento do pessoal serão algo permanente. “Enquanto existir Transpetro, vai haver academia e gente sendo treinada e preparada. Enquanto tivermos novos navios chegando e mudança de procedimentos, isso vai gerar a necessidade de aprimoramento”.

 



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