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Log-In investe no transporte entre portos

Navegação: Objetivo é crescer na distribuição da carga importada que precisa ser entregue em vários pontos do litoral

A chegada neste ano de navios com capacidade superior a 7 mil Teus (contêiner de 20 pés) irá impulsionar o já aquecido mercado da navegação "feeder". Nele, embarcações menores distribuem a carga dos grandes navios de longo curso, que, por serem de maior dimensão, tendem a atracar apenas nos chamados hub ports, os portos concentradores.

A avaliação é do diretor comercial da Log-In Intermodal, Fábio Siccherino. Especializada em navegação, operação portuária e serviços logísticos, a empresa mais que dobrou a movimentação de contêineres feeder no ano passado, chegando a 32,3 mil Teus operados. O resultado levou a um crescimento de 8,5 pontos percentuais na representatividade do feeder na navegação costeira da Log-In, que fechou o exercício em 159,9 mil Teus. Além do serviço feeder, compõem o braço de transporte marítimo da empresa a cabotagem (transporte de cargas com origem e destino no país) e o serviço Mercosul, que escala países do bloco econômico.

Armadores de longo curso como a Hamburg Süd, Maersk Line e CSAV já anunciaram que irão empregar mais e maiores porta-contêineres nos tráfegos com o Brasil neste ano. Essas embarcações tendem a concentrar as atracações em portos-chave, de onde a carga será redirecionada para demais pontos. "Navios maiores não escalam muitos portos. Primeiro, por uma questão de congestionamento; segundo, porque precisam manter o schedule (cronograma) da embarcação para continuar o ciclo. Só que, pelas condições continentais do Brasil, o consumidor fica espalhado pela costa. Daí a necessidade de um serviço como o feeder", diz Siccherino.

A modalidade deve crescer tanto em volumes absolutos como em participação, diz o executivo, que prefere não fazer projeções - a Log-In tem capital aberto. Questionado se a empresa estuda destacar embarcações exclusivamente para o segmento, Siccherino diz que sim. Hoje, dois porta-contêineres (Log-In Rio e Log-In Santos, ambos com capacidade nominal para 1.254 Teus) cumprem rotas consideradas mais favoráveis para captar esse tipo de mercadoria, basicamente entre Santos (SP) e Suape (PE). "São trechos mais curtos, que atendem armadores que realizam importação ou exportação. Analisando o mix dos navios, eles já levam mais carga feeder do que de cabotagem. A mudança de perfil do navio deverá ocorrer conforme a demanda."

A Log-In está com um programa de construção naval no Brasil que permite o afretamento de embarcações durante o período de obras. Neste ano entrarão na rotação o Log-In Jacarandá e o Jatobá, com capacidade nominal para 2.800 Teus. O investimento em cada um é de aproximadamente R$ 140 milhões. São os dois primeiros a serem entregues do pacote de cinco porta-contêineres e dois graneleiros contratados pela empresa.

Outra aposta da Log-In é no aumento da cabotagem, cujos volumes cresceram 20% sobre 2009, chegando a 68 mil Teus. Siccherino pontua como oportunidades para a cabotagem o avanço das economias do Norte e Nordeste, que têm crescido até 8%, e o ingresso de mais gente na classe C. Hoje, destaca, muito mais pessoas consomem alimentos e bebidas, itens de higiene e limpeza, e eletroeletrônicos - notadamente, as mercadorias que mais crescem na cabotagem. "Em 2003, de toda a venda de eletroeletrônicos no Brasil, 27% estava na classe C. Hoje, são 45%", afirma o executivo.

Mas ainda há muito mercado para ganhar. Para que a cabotagem seja eficiente a ponto de o dono da carga migrar do transporte terrestre para o marítimo, a distância entre origem e destino deve ser superior a 1,5 mil quilômetros e o centro consumidor precisar estar próximo ao porto.

Levantamento elaborado pela empresa junto a uma consultoria estima que os armadores brasileiros de cabotagem transportaram em 2010 apenas 29% de seu universo potencial. "Há espaço para triplicar essa participação", diz.

Para chegar ao percentual, o estudo levou em conta a movimentação de 1,2 bilhão de toneladas pelas rodovias. Excluindo o transporte de granéis, os fluxos intraestaduais e entre estados não competitivos para o modal marítimo, cerca de 36 milhões de toneladas com o perfil para cabotagem foram transportadas por carretas. Transformado em contêineres, o montante corresponde a 2,2 milhões de Teus. Retirando deste universo ainda as cargas distantes dos portos, as pequenas empresas sem regularidade de embarque e o segmento de mercadorias fracionadas, o universo potencial da cabotagem em 2010 correspondeu a 1,2 milhão de Teus.


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Ipsis Litteris

O termo navegação costeira refere-se a três tipos de serviço do transporte marítimo. Um deles é o feeder, transporte que alimenta os principais tráfegos internacionais, movimentando cargas entre os pequenos e os grandes portos de um mesmo país. A carga chega do exterior em um grande porto, como Santos, e depois é levada por navios menores aos diversos portos de pequeno e médio porte.

Existe também a cabotagem, a navegação doméstica na qual a carga não sai do país, consistindo em uma espécie de "rodovia marítima" entre os portos nacionais. Nesse caso não existe relação com o exterior.

E, por fim, o serviço Mercosul, também denominado longa cabotagem. Nele, a transporte marítimo envolve mais de um país. Por exemplo, uma embarcação que recebeu mercadorias no porto de Manaus escala o Rio de Janeiro, Santos, Rio Grande, Buenos Aires e Montevidéu.

Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos






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