Do quadro de 80,3 mil homens da Marinha, 8,5 mil na verdade são mulheres - o equivalente a 10,6% das tropas. Foi só em 1980 que as mulheres foram admitidas na Marinha, mas essa lacuna de 158 anos, desde que a Força foi criada, em 1822, tem sido preenchida rapidamente.
É na Marinha que está a primeira - e até agora, única - oficial-general das Forças Armadas brasileiras, a contra-almirante Dalva Maria Carvalho Mendes. Promovida em 2012, a médica integra, desde então, o mais alto escalão da hierarquia militar do país. Pelo menos mais uma oficial está em posição de disputar o almirantado nos próximos meses.
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A participação feminina ganhou reforço em 2014, com a criação da primeira turma de aspirantes femininas na Escola Naval. Antes disso, a única chance de elas ingressarem na Marinha era nos quadros técnicos, para os quais eram contratadas com profissão definida, como médicas, engenheiras e advogadas. A mudança passou a permitir que decidissem seguir a carreira militar sem essa exigência, como sempre ocorreu com os homens.
No ano passado, outra barreira caiu, com a autorização para que as mulheres passassem a embarcar em navios, de forma mais regular, e integrar forças de combate, inclusive a tropa de fuzileiros navais.
"Onde há mulheres e homens, o ambiente é mais saudável do que onde só há um ou outro. É mais respeitoso", afirma o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, comandante da Marinha do Brasil.
São raros os casos de assédio sexual, diz o almirante. "Existe. E é enfrentado. Mas é muito menos do que inicialmente se pensava que ocorreria."
Fonte: Valor