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Petrobras considera possível expandir venda de bunker no mercado mundial

A Petrobras acredita que será possível expandir sua comercialização de bunker no mercado mundial a partir da redução do teor de enxofre nos combustíveis marítimos estabelecidos pela Organização Marítima Internacional (IMO). A empresa afirma que praticamente já se enquadra dentro das novas regras internacionais, que preveem índice de enxofre abaixo de 0,5% a partir de 1º de janeiro de 2020. A companhia considera que a diminuição nos índices estabelecidos, além de ganhos ambientais, se configura como oportunidade para a empresa, que está bem posicionada no mercado mundial de óleo combustível. A estatal é a principal fornecedora do combustível para navios no Brasil e hoje produz cerca de 2% do bunker comercializado internacionalmente. 

A companhia se considera preparada para o aumento da demanda e confirmou que avalia questões relativas a refino e logística para produção e segregação do novo bunkerA Petrobras projeta que as alterações de mercado e preços gerados pela IMO 2020 terão impacto no mundo todo e devem provocar algumas mudanças no perfil do petróleo processado nas unidades de refino. “Como uma das principais produtoras e exportadoras de óleo combustível com baixo teor de enxofre (BTE), a Petrobras espera uma valorização no mercado internacional deste derivado e dos petróleos brasileiros, que possuem baixo teor de enxofre, com a entrada em vigor da nova regra”, informou a empresa a Portos e Navios


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A produção de bunker com 0,5% de enxofre no Brasil deve ser viabilizada pela maior participação do pré-sal nas unidades de destilação atmosférica e a vácuo das refinarias. A Petrobras vem trabalhando no planejamento da produção para os próximos anos e espera que as refinarias com alto poder de conversão e tratamento possam processar petróleos mais pesados e com alto teor de enxofre, que terão preços mais atrativos a partir de 2020. O baixo teor de enxofre do petróleo do pré-sal, por sua vez, não implica em modificações no seu processo de refino, tampouco exigirá aplicação de processos químicos ou mistura para a redução do teor de enxofre.

O perfil de clientes que compram bunker da Petrobras é de armadores estrangeiros e nacionais do longo curso, armadores nacionais de cabotagem e demais navios a serviço da empresa. De acordo com a companhia, cerca de 70% do volume comercializado no ano passado foi para o atendimento a navios de armadores estrangeiros. Em 2016 e 2017, a venda anual do bunker pela Petrobras era, em média, de quatro milhões de toneladas.

As empresas brasileiras de navegação avaliam que, num primeiro momento, não deve haver riscos para operação dos navios de bandeira brasileira que operam na cabotagem, nem aumento no custo de produção do bunker que a Petrobras deverá entregar a partir de janeiro de 2020. “Em princípio, não há expectativa de falta de combustível para a cabotagem ou mesmo para as embarcações de longo curso que desejarem abastecer em portos brasileiros”, afirma o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma)

A ressalva é que, mesmo sem ter os seus custos aumentados, a empresa segue preços internacionais. 
A redução do teor de enxofre no combustível deve causar aumento da ordem de 40% no custo do transporte marítimo mundial, segundo estimativas da comunidade marítima internacional. “Acreditamos que os atuais grandes fornecedores continuarão dominando o mercado. Entretanto, parece haver uma grande oportunidade para a Petrobras expandir o fornecimento de bunker, em função da qualidade do seu combustível”, pondera o Syndarma.

A Petrobras reitera que precifica o bunker de acordo com referências internacionais, acompanhando as variações de preço para cima e para baixo. “O preço do bunker da Petrobras é competitivo com os maiores hubs de bunker no mundo. Caso haja aumento da demanda, interna ou externa, e havendo viabilidade econômica e logística, a companhia tem condições de ampliar seu mercado”, afirmou a Petrobras. O planejamento atual da Petrobras não prevê importação de bunker

Uma audiência pública sobre as novas regras da IMO, organizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), está prevista para o próximo dia 27 de fevereiro. Os participantes vão debater as especificações dos combustíveis destinados ao uso aquaviário, a partir da diminuição do limite máximo no teor de enxofre dos óleos combustíveis marítimos para as embarcações que não dispuserem de sistema de limpeza de gases de escape.

Por Danilo Oliveira
(Da Redação)






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