Reorganização do transporte marítimo acelera digitalização e uso de ferramentas virtuais

A reorganização do transporte marítimo em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) vem agilizando decisões no sentido de digitalizar processos em papel e difundir o uso de ferramentas virtuais já oferecidas pelos armadores de longo curso e cabotagem a seus clientes. As empresas já percebem aumento no uso de sistemas digitais de agendamento. Nelas, os usuários podem obter informações como cotações, tarifas e rotas, além de poder acompanhar a logística de outros modais de transporte que estiverem integrados no deslocamento da carga.

A Maersk estima que, desde o começo da pandemia, quase 50% de seus clientes já fazem bookings dentro dessas plataformas — antes eram 20%. “Vimos aceleração grande da ferramenta durante a pandemia”, disse o diretor comercial da Maersk Line, Gustavo Paschoa, na última quinta-feira (4), durante entrevista coletiva por videoconferência. Paschoa acredita que as empresas vão ter que se reinventar para ampliar o nível de serviços. Para o diretor, a abertura de canais digitais traz necessidade das empresas melhorarem os processos logísticos. Hoje, em outro debate virtual, ele voltou a dizer que a digitalização e automatização dos processos se mostram tendência para atender demanda de agilizar a logística e otimizar custos.

Na ocasião, o diretor executivo da Aliança Navegação, Marcus Voloch, disse que a cabotagem também trabalha na digitalização de documentação em papel. Ele acrescentou que o governo na medida provisória da liberdade econômica criou dispositivo. “Existem muitos clientes que estão no século passado e exigem canhoto físico (...) Precisamos sair da era rudimentar e entrar na era digital. Houve ruptura e estamos nos adaptando a essa realidade”, comentou Voloch, durante o webinar "O Futuro do Transporte Marítimo", promovido pela Feira Logistique, que ocorreu nesta sexta-feira (5). Voloch acrescentou que a Hamburg Sud também oferece ferramentas para agendamento e outros serviços.

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O diretor comercial da Log-In, Maurício Alvarenga, também disse que a empresa trabalha forte na questão da digitalização. Ele contou que a maioria dos clientes aceitou não precisar receber o canhoto em papel. Ele entende as indústrias cada vez mais vão precisar se reinventar para colocar produtos na prateleira dos supermercados em distâncias maiores e com custos competitivos. Para o diretor comercial da Mercosul Line, Alexandre Souza, todas as empresas de navegação já estavam olhando para digitalização, o que parece estar sendo facilitado em razão da pandemia. “Não tem cabimento enviar canhoto físico para cliente”, disse Souza. Ele considera que há necessidade de integração dos atores da cadeia de supply chain e vê tendência de regionalização, o que tornará o comércio mundial mais equilibrado.

Durante a transmissão, o secretário nacional de portos e transportes aquaviários, Diogo Piloni, enviou mensagem aos moderadores dizendo que o programa de incentivo à cabotagem (BR do Mar) prevê a dispensa de apresentação de documentos físicos. 



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