Apesar de responder por 85% da navegação interior do país, a região da Amazônia enfrenta o problema da insegurança. O alerta foi feito pelo diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, na última sexta-feira (22), no Rio de Janeiro, durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2019).
De acordo com o diretor, para tentar reduzir o número de roubos de cargas, a agência vem dialogando com diversos atores envolvidos para pensar ações coordenadas. Para ele, os portos, a Marinha do Brasil e órgãos como a Polícia Federal e a própria Antaq devem atuar juntos para garantir maior segurança da navegação. “A Antaq é a reguladora e fiscalizadora da prestação do serviço, e é preciso ter segurança para ter um transporte mais eficiente e mais barato”, frisou.
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Devido aos inúmeros casos, Torkarski afirmou que, inclusive, os portos da região amazônica já estão utilizando empresas de segurança armada para coibir roubos, o que vem provocando uma elevação nos custos. Segundo ele, a insegurança, além de aumentar os custos para as atividades de navegação, vem permitindo também a entrada no Brasil de drogas provenientes de países vizinhos.
Torkarski lembrou que a Marinha do Brasil criou o Centro Integrado de Segurança Marítima (Cismar) para atuar com segurança em todo o país. Porém, para ele, o Cismar deveria pensar em um espaço setorizado voltado apenas para a Amazônia, devido às especificidades e importância da região. O diretor da Antaq afirmou ainda que a navegação interior precisa de uma política pública voltada para a transformação de rios navegáveis em hidrovias. Isso implica, segundo ele, em investimentos em sinalização, balizamentos e dragagem, para que “seja possível navegar por 24 horas por dia, durante todo o ano”.
Arrendamentos simplificados
Tokarski informou que a Antaq está atuando para tornar mais simplificados os arrendamentos de áreas dos portos organizados. Segundo ele, devido à burocratização nesse processo, grande parte das áreas que poderiam ser arrendadas encontra-se atualmente ociosas. “Se fizermos uma licitação simplificada, ao invés de dizer que licitamos 20 áreas, podemos passar a dizer que licitamos 70”, afirmou o diretor.