esta sexta-feira (25), o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou que, com a conclusão da oferta secundária de ações da BR Distribuidora, a petroleira atingiu em julho a marca de US$ 15 bilhões de desinvestimentos (R$ 56,6 bilhões no câmbio atual). Ele afirmou que a companhia deverá se concentrar nas atividades de exploração de petróleo e gás, e repassar ativos de outros ramos à iniciativa privada.
Após a venda das ações, a Petrobras deixa o controle da empresa. A participação da estatal na distribuidora passa de 71,25% para 37,5%. É o primeiro processo de privatização feito por meio de oferta de ações.
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Agora, a empresa deve convocar uma assembleia de acionistas dentro do prazo de 40 dias, para que a entidade revogue o mandato dos membros do conselho de administração da instituição e escolher novos conselheiros.
Com a privatização, a distribuidora deverá rever contratos e sua política de contratação e promoção de pessoal, segundo o presidente da empresa, Rafael Grisolia.
— Já somos a maior distribuidora, com os maiores ativos logísticos, mas queremos ser a mais competitiva. Agora, conseguiremos ter as melhores práticas de contratação. Até hoje, só poderíamos contratar via concurso público — disse.
A companhia também revisará contratos como os de prestação de serviços de engenharia e de manutenção em seus terminais, que até então precisavam ser feitos por meio de licitação.
Segundo Grisolia, a empresa tem um conjunto de 10 metas, entre as quais estão a avaliação de quais negócios a distribuidora poderá deixar e a elaboração de um plano de marketing novo.
Castello Branco afirmou que o novo modelo de privatização é melhor que a venda direta de empresas a grupos de controle. Em alusão a casos de corrupção, ele disse que a venda direta "foi muito ruim para o país, agregou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), alguns capitalistas que são inimigos do capitalismo e, em vez de buscar inovação e competitividade, se voltaram para a sua relação com o Estado".
O próximo ativo da Petrobras a ser privatizado é a distribuidora de gás liquefeito Liquigás, que deverá receber ofertas em agosto.
Quanto às privatizações de outras empresas estatais, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que o processo será lento, gradual e constante.
— Faremos (a venda de ativos) de forma cuidadosa para maximizar o valor para o pagador de impostos —afirmou.
Fonte: Zero Hora