A Petrobras, operadora do consórcio de Libra, planeja contratar até agosto fornecedores para a realização de projeto, construção, instalação e testes com tecnologia que busca separar e reinjetar, ainda no fundo do mar, o gás com elevado teor de CO2 que é produzido junto com o petróleo.
A expectativa é que tal tecnologia, denominada HISEP e patenteada pela petroleira, permita um aumento de produção, redução de custos e a abertura de novas fronteiras exploratórias e de desenvolvimento da produção, pontuou a empresa, em nota à imprensa.
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A contratação teve início após conclusão de avaliações conceituais e testes-piloto em terra. Nesses testes, a Petrobras e as empresas fornecedoras trabalharam em parceria na execução de estudos conceituais e na validação do desempenho das bombas submarinas que farão a reinjeção do gás rico em CO2 no reservatório.
O teste-piloto no mar está previsto para ser realizado na área de Mero 3, no bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, que deverá entrar em produção em 2024.
"A expectativa é de que a fabricante seja selecionada até agosto/2022 e que o equipamento seja instalado em 2025", disse a petroleira estatal.
O aumento da produção a partir da tecnologia, segundo a companhia, seria possível ao liberar espaço na planta de processamento de gás de superfície.
Além disso, a tecnologia poderá abrir novas fronteiras em águas profundas e ultra profundas, em regiões onde há fluidos de reservatório com razão gás-óleo e teor de CO2 elevados.
EXPANSÃO TECNOLÓGICA
A Petrobras pontuou que, após dois anos de testes, com a comprovação da tecnologia, ela poderá ser utilizada em outras áreas, como Libra Central e Júpiter, onde a inovação tem o potencial de viabilizar o projeto de desenvolvimento da produção.
Uma vez comprovada a tecnologia HISEP, será possível também desenvolver unidades de produção offshore com plantas de processamento de gás menores e menos complexas, que possuem menores custos e prazos de construção, bem como menores custos de operação.
O Consórcio de Libra é operado pela Petrobras (40%), em parceria com a anglo-holandesa Shell (20%), a francesa Total (20%) e as chinesas CNPC (10%) CNOOC (10%), tendo como gestora a Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA).
Fonte: Folha SP