A Petrobras afirmou em relatório 20-F que a pandemia de coronavírus poderá causar restrições à saúde de sua força de trabalho, com reflexo na operação de algumas de suas instalações, causando impacto negativo em seus resultados e condição financeira.
O 20-F é um relatório com informações detalhadas e que deve ser entregue anualmente por todas as empresas com papéis negociados em bolsas de valores dos EUA. Ele contém diversos cenários sobre qualquer questão que pode impactar a empresa de alguma forma.
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"Epidemias de saúde pública como o surto de coronavírus podem causar restrições à saúde de nossa força de trabalho e, portanto, impactar a operação de algumas de nossas instalações, incluindo plataformas, refinarias, terminais, entre outras. Essa condição pode ter um impacto negativo em nossos resultados e condição financeira", disse a empresa no 20F de 2019, publicado na noite de sexta-feira (20).
Em meio à pandemia do novo vírus, a Petrobras informou na semana passada que solicitou aos bancos o desembolso de suas linhas de crédito compromissadas ("revolving credit lines") no montante de cerca de US$ 8 bilhões.
O movimento faria parte de uma estratégia para reforçar a liquidez da companhia, a fim de se resguardar dentro do contexto atual de crise, em função da pandemia e do choque de preços do petróleo, segundo explicou na ocasião.
A empresa também postergou o recebimento de ofertas vinculantes para a venda de refinarias e seus respectivos ativos logísticos, em função das medidas de prevenção ao coronavírus.
O desinvestimento em refino é um dos principais da companhia, que busca reduzir a dívida e focar seus negócios em exploração e produção de petróleo em águas profundas.
As medidas de combate ao vírus estão trazendo perspectivas de redução da demanda por combustíveis fósseis em todo o mundo, ao mesmo tempo em que as gigantes Rússia e Arábia Saudita travam uma guerra por participação de mercado, ajudando a derrubar os preços do petróleo.
A Petrobras já vinha executando um amplo plano de redução de custos nos últimos anos e não anunciou medidas adicionais de cortes de despesas devido ao coronavírus.
Outras petroleiras globais, como Exxon, Chevron, BP e Total anunciaram planos de reduções acentuadas de gastos devido à atual crise.
Fonte: Folha