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Petrobras espera reduzir em R$ 6,2 bi os custos com a gestão de benefícios, nos próximos dez anos

A Petrobras espera reduzir em cerca de R$ 6,2 bilhões, nos próximos dez anos, os custos de gestão do plano de saúde suplementar de seus funcionários, a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), com a implementação de um novo modelo. O novo modelo foi aprovado ontem pelo conselho de administração da estatal e começará a ser implementado nos próximos meses.

A AMS tem uma rede de 17,5 mil credenciados (clínicas, laboratórios, médicos, dentistas etc) e atende, hoje, 285 mil pessoas, entre empregados (ativos e aposentados) e seus respectivos dependentes, por meio do sistema de autogestão — feita pela área de recursos humanos de dentro da própria empresa. A intenção da estatal, a partir de agora, é que a gestão do plano passe para as mãos de uma associação civil, sem fins lucrativos, mantendo a modalidade de autogestão. A petroleira garante que não haverá alterações no benefício para o empregado.


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Em entrevista ao Valor, o gerente-executivo de recursos humanos da Petrobras, Cláudio da Costa, explica que a ideia é que a mudança permita transferir a gestão do benefício para um agente externo com mais expertise e foco na administração do sistema AMS. Ele cita que a assistência médica é campeã em reclamações na ouvidoria da petroleira.

“A AMS é uma das maiores operações de autogestão de saúde suplementar do país, mas a Petrobras é uma empresa de produção de óleo e derivados de petróleo. Esse é o ‘core bussiness’ da companhia e continuará sendo. Nossa estrutura está toda montada para esse ‘core business’. A AMS é extremamente importante, mas quando entra numa fila de prioridades de sistemas, revisão de processos, evidentemente que a parte de produção é priorizada em detrimento da AMS. É uma questão de trazer especialização para a gestão desse plano de saúde suplementar gigante e bastante complexo”, afirmou.

Costa destaca que a intenção é que, dentro de uma nova estrutura, haja um corpo de técnicos mais especializado na gestão do benefício, bem como um quadro de fornecedores “melhor qualificado”. Além disso, a expectativa é trazer para a gestão da AMS parceiros estratégicos, operadores que consigam reduzir os custos do atual sistema. Atualmente, o custo de administração por vida na AMS é duas vezes maior do que o de outras empresas comparáveis, inclusive estatais. Ele afirma que hoje o custo individual de uma consulta na atual rede credenciada é proporcional à escala de negociação de 285 mil beneficiários. “Na medida em que buscamos parceiros estratégicos e amplio nossa capacidade de negociação, reduziremos o custo unitário de uma consulta, por exemplo, porque teremos um operador com escala de negociação maior”, disse.

Ele explica que a associação será composta por conselhos deliberativo e fiscal e terá um time de gestores formado em parte por pessoal da Petrobras e parte contratada no mercado “para trazer a expertise em gestão de saúde suplementar”. A estrutura interna atual da AMS conta com cerca de 600 empregados, entre próprios e terceiros. A ideia da estatal é aproveitar parte do quadro na nova associação.

Segundo Costa, nos próximos 90 dias a companhia trabalhará para criar a estrutura da associação, com a constituição de sua personalidade jurídica, governança e controle. Uma vez constituída, ao fim de julho, a empresa começa a trabalhar no preenchimento da estrutura organizacional, com a definição dos conselheiros, executivos e o efetivo. Questionada sobre os custos de implementação do novo modelo, a Petrobras esclareceu que os valores ainda não foram definidos.

Fonte: Valor






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