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Petrobras inicia nova onda de renegociação com fornecedoresPetrobras inicia nova onda de renegociação com fornecedores

Na tentativa de cortar pelo menos US$ 2 bilhões dos custos operacionais em 2020, a Petrobras ataca em várias frentes e iniciou, nas últimas semanas, uma segunda onda de renegociação com alguns de seus fornecedores. A nova investida marca uma mudança no tom das conversas. Até então focada em adiar pagamentos e antecipar o fim de contratos próximos a vencer, a estatal propõe, agora, suspender temporariamente alguns de seus contratos de afretamento de navios de apoio offshore.

Desde o princípio do choque de preços do petróleo, a Petrobras vem reforçando que as negociações com a cadeia fornecedora se concentram apenas nas grandes empresas, naquelas com maior capacidade de suportar o impacto da crise. As medidas adotadas pela companhia para reduzir seus custos operacionais, contudo, têm se mostrado mais amplas e impactam, também, os fornecedores menores, segundo três fontes.


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Logo nas primeiras semanas depois da queda abrupta do petróleo, ainda em março, a estatal anunciou um pacote de medidas para preservar o seu caixa e se comprometeu a acelerar os esforços para cortar suas despesas operacionais - que totalizaram US$ 10,2 bilhões em 2019. A empresa informou, então, uma série de iniciativas para reduzir em US$ 2 bilhões os custos, incluindo a paralisação de 62 plataformas em águas rasas e o adiamento de contratações e de atividades.

É dentro desse contexto que a Petrobras vem renegociando as condições de contrato com os prestadores de bens e serviços. Fornecedores de serviços submarinos, os operadores de plataformas e barcos de apoio foram alguns dos elos convocados às mesas de negociação. Num primeiro momento, a Petrobras propôs adiar o pagamento de 5% a 15% das taxas de afretamento de plataformas e barcos de apoio para 2021. No caso do setor de apoio offshore, a estatal também propôs postergar o início de vigência de alguns contratos e antecipar o fim de outros próximos do vencimento. Agora, a petroleira chamou as companhias para pedir a suspensão temporária de alguns contratos.

A norueguesa DOF Subsea reportou em seu balanço do primeiro trimestre, por exemplo, que, devido aos efeitos da pandemia da covid-19 e do choque de preços do petróleo, recebeu vários pedidos de rescisão de contratos. E citou que a Petrobras rompeu, em abril, dois contratos que tinha com a empresa e que venciam em junho.

A crise pegou, no contrapé, empresas que se preparavam para renovar contratos próximos do fim e que temem, agora, ficar com a frota ociosa. No fim de maio, o diretor de operações da Wilson Sons no Brasil, Arnaldo Calbucci, disse que a pandemia freou o interesse da estatal na renovação de alguns contratos. “No início da pandemia, a Petrobras demonstrou interesse em renovar [contratos], mas criou um comitê de resiliência que aumentou a burocracia e a aprovação [da renovação] está demorando um pouco mais do que o esperado. Obviamente, surpresas podem ocorrer”, afirmou, durante teleconferência com investidores.

Petroleira já propôs adiar pagamentos e antecipar fim de contratos com navios de apoio offshore
Segundo fontes da cadeia de fornecimento, as medidas da Petrobras não se restringem apenas aos grandes fornecedores. Os esforços de redução de custos da petroleira têm passado não só pela renegociação de contratos com a cadeia, mas também pela redução de atividades que afetam diretamente supridores de menor escala. A paralisação temporária de 14 campos terrestres levou, por exemplo, à desmobilização de sondas de pequenos fornecedores, no Nordeste, como a Braserv.

Procurada, a Petrobras reiterou que busca uma forma de superar a nova crise em conjunto com seus grandes fornecedores e que, dada a complexidade e diversidade dos contratos de bens e serviços, cada caso está sendo tratado individualmente nas renegociações, “privilegiando sempre a busca de uma solução negociada”.

No segmento de apoio offshore, o receio é que a crise aumente ainda mais os níveis de ociosidade da frota, que já tinha sido afetada pela última crise, de 2015, quando a Petrobras rescindiu uma série de contratos com as empresas do setor. Segundo o sócio do escritório Kincaid Mendes Vianna, Godofredo Mendes Vianna, a nova investida da Petrobras pode trazer uma rodada de judicialização no setor.

“Vivemos uma espécie de ‘déjà vu’ de 2015. Naquela crise a Petrobras já tinha entrado de forma drástica numa renegociação com os fornecedores. Isso gerou um trauma no mercado. Algumas empresas sumiram, outras saíram do Brasil e as margens foram achatadas”, afirma o advogado, que questiona o motivo de força maior alegado pela estatal. “A queda do preço do petróleo é parte do risco de uma petroleira”, defende.

A Rystad Energy destaca que o espaço das petroleiras para cortes de custos junto aos fornecedores, dessa vez, é menor, de até 12% na produção marítima de petróleo e gás natural.

Fonte: Valor






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