A Petrobras realizou, na última quinta-feira (23), a desancoragem da plataforma P-32, no Campo de Marlim, na Bacia de Campos. E no sábado (25) iniciou a navegação do equipamento para o estaleiro Rio Grande (RS), onde a unidade será submetida a um processo de reciclagem alinhado às melhores práticas ASG (Ambiental, Social e Governança) da indústria mundial.
“Esse é um marco importante. Com a P-32 já em trânsito para o estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, faremos o primeiro descomissionamento verde no Brasil. E esse é o primeiro de muitos. Nosso Plano Estratégico prevê mais de 20 unidades a serem descomissionadas. Nosso país tem uma forte indústria consumidora de aço. Somos a nona indústria produtora de aço. Ou seja, temos produto disponível, uma tecnologia a ser desenvolvida ou em desenvolvimento, e o mercado consumidor é presente e seguro. Por isso, afirmo que o descomissionamento de plataformas é uma excelente oportunidade para nossa indústria local”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
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A venda da P-32 para a Gerdau, em parceria com o estaleiro Ecovix, foi concluída em julho deste ano. A unidade será a primeira plataforma flutuante a seguir o novo modelo de destinação sustentável de embarcações adotado pela Petrobras. Outras 11 unidades flutuantes seguirão nos próximos cinco anos a mesma diretriz.
O plano de reciclagem da plataforma, elaborado pela Gerdau-Ecovix, foi aprovado pela Petrobras e contempla desde os primeiros procedimentos de recebimento da unidade, passando pelos trabalhos de desmontagem, que acontecerá em dique seco, até a destinação final dos resíduos decorrentes do desmantelamento. A execução do plano será acompanhada pela Petrobras para garantir o cumprimento das práticas de segurança, meio ambiente, saúde ocupacional e responsabilidade social de forma sustentável e auditável, ao longo de todo o processo de reciclagem.
Trajetória de inovação
A plataforma P-32 é uma das dez unidades que já operaram nos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos. O projeto de revitalização de Marlim e Voador consiste na substituição de nove unidades dos Campos por "Anna Nery" e "Anita Garibaldi", os novos FPSOs. Estas novas unidades têm capacidade de produzir, em conjunto, até 150 mil barris por dia.
“Com essas substituições, reduzimos as emissões de gases de efeito estufa em mais de 50%. Essa é uma das frentes do Plano de Renovação da Bacia de Campos, que prevê investimento de US$ 22 bilhões até 2028, com mais de 200 novos poços interligados, além de quatro novos FPSOs”, ressalta o gerente geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Campos, Alex Murteira Célem.
O FPSO P-32 foi pioneiro em águas profundas, tratando e exportando através de offloading de forma integrada desde 1997. Em associação ao FPSO P-47, a unidade foi capaz de escoar grandes volumes produzidos na área norte do campo, superando as expectativas originais. Foram mais de 130 milhões de barris de óleo equivalente (boe) processados das plataformas P-18, P-19, P-20 e P-27. Alcançou as marcas de tratar, estocar e exportar cerca de 70% do óleo de Marlim e 20% do óleo de Albacora, em 2013.