A Petrobras vê oportunidades para desenvolver mais nove projetos de produção, além dos 13 já previstos no plano de negócios 2021-2025, disse o diretor de Exploração e Produção da estatal, Fernando Borges.
“Se formos olhar um planejamento de mais longo prazo, temos oportunidade de capturar mais uns nove sistemas de produção”, afirmou o executivo, durante participação no Shell Talks, evento promovido em parceria com os jornais "O Globo" e Valor Econômico.
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Ele destacou que o ambiente regulatório da indústria de óleo e gás no Brasil teve avanços nos últimos anos, mas que o país precisa trabalhar para manter a competitividade do setor.
Borges afirmou ainda que a Petrobras prevê perfurar 14 poços, em cinco anos, na Margem Equatorial, região que concentra as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Ao todo, a previsão de investimento na campanha exploratória na região é de US$ 1,5 bilhão. A empresa buscará parceiros para os projetos na Margem Equatorial.
“Acredito que vamos obter licença ambiental, na Margem Equatorial. Diria que hoje a bola está com a gente, não com o Ibama. Uma vez tendo um sinal positivo no que concerne ao licenciamento ambiental, teremos mais empresas se juntando aos nossos esforços”, afirmou.
A Petrobras, segundo ele, tem hoje 19 blocos exploratórios na Margem Equatorial.
“Isso [investimento esperado] traduz a expectativa que companhia tem no potencial da região”, disse.
Borges citou que cerca de 400 poços já foram perfurados na região, com foco em águas rasas, mas que a empresa está concentrada hoje nas oportunidades em águas profundas.
Este ano, a Petrobras assumiu as fatias da Total e da BP nas cinco concessões nas quais as empresas eram parceiras e passou a deter 100% dos ativos.
Concessões
Ao defender o fim do regime de partilha do pré-sal, Borges disse que o projeto de Mero (ex-Libra) se mostrou equivalente a um terço do potencial inicialmente esperado. Libra foi a primeira área licitada no país sob o modelo de partilha, em 2013.
O executivo destacou que o modelo de concessão possui um custo menor de transação e “não delega decisões a agentes externos ao consórcio”, em referência à participação da estatal PPSA no planejamento dos projetos operados sob o regime de partilha.
“A Petrobras é francamente favorável ao contrato de concessão”, afirmou.
Ele conta que o regime de partilha foi instituído sob a ótica de que o pré-sal reúne grandes volumes e baixos riscos.
Fonte: Valor