A brasileira PetroRio e a australiana Karoon Energy estão entre as empresas que fizeram ofertas pelo campo de Baúna, em águas rasas da Bacia de Santos, colocado à venda pela Petrobras, segundo duas fontes disseram à Reuters, na condição de anonimato.
Com uma produção de petróleo de cerca de 34 mil barris por dia, Baúna está entre os maiores ativos maduros de produção do portfólio de desinvestimentos da petroleira, que prevê vendas de ativos de 26,9 bilhões de dólares até 2023.
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Embora as fontes não tenham revelado um valor potencial, a PetroRio havia previamente colocado uma oferta de cerca de 500 milhões de dólares para Baúna em 2016, o que acabou não sendo concretizado.
Os preços do petróleo aumentaram moderadamente desde então.
A título de comparação, para a venda dos clusters Pampo e Enchova, um pouco mais produtivos, na Bacia de Campos, que estão sendo vendidos juntos, foram consideradas ofertas de cerca de 1 bilhão de dólares em junho.
A Karoon e a Petrobras disseram que não iriam comentar. A PetroRio não respondeu a um pedido de comentário.
Uma das fontes disse que outros licitantes estavam envolvidos no processo, e era possível que nem a PetroRio nem a Karoon emergissem como vencedoras da concessão, de mais de 20 anos. A Petrobras pode entrar em negociações exclusivas com um dos interessados ??em questões de semanas, disseram as fontes.
Esta é a segunda vez que a PetroRio e a Karoon tentam comprar a Baúna.
A Karoon entrou em negociações exclusivas em 2016 para comprar a área, bem como o campo de Tartaruga Verde, mas esse processo foi anulado após uma liminar judicial. A Karoon na época venceu a oferta de 500 milhões de dólares da PetroRio, que era voltada estritamente para Baúna.
Para a PetroRio, o ativo se encaixa bem com a estratégia da empresa de petróleo independente de adquirir participações em campos de petróleo maduros para aumentar sua produtividade.
Para a Karoon, que tem dito que continua interessada em Baúna, o ativo apresentaria sinergias significativas com as descobertas de petróleo Kangaroo e Echidna, nas proximidades.
A Petrobras está cortando suas participações em campos rasos e maduros, enquanto reorienta seus esforços para as importantes áreas do pré-sal.
Há alguma incerteza jurídica pairando sobre a alienação de Baúna. Em dezembro, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu efeitos de decreto que define regras de governança para cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás pela Petrobras.
Posteriormente, a Petrobras informou entender que a decisão não afeta processos de cessão de direitos de exploração e produção "iniciados antes de maio de 2018".
As condições prévias de licitação para a venda de Baúna foram divulgadas em abril.
Fonte: Extra