País produziu, em média, 2,938 milhões de barris/dia no ano passado, alta de 5,5% em relação a 2019, segundo ANP
A produção brasileira de petróleo bateu recorde em 2020. Num ano marcado por uma contração sem precedentes da demanda global, o país produziu, em média, 2,938 milhões de barris diários no ano passado, o que representa alta de 5,5% em relação a 2019, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para 2021, a expectativa é que a indústria petrolífera brasileira atinja novo patamar histórico.
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O ano de 2020 foi o segundo ano consecutivo de crescimento da produção no Brasil. O novo recorde ocorre mesmo depois de um segundo semestre mais fraco. Os volumes de petróleo produzido no país estão em queda desde agosto. Em dezembro, houve redução de 1% ante novembro, para 2,726 milhões de barris/dia.
A retração verificada nos últimos meses pode ser explicada pela concentração de paradas programadas em plataformas na segunda metade do ano. Devido aos impactos da pandemia de covid-19 sobre as atividades a bordo, a Petrobras acabou adiando, para o quarto trimestre de 2020, as atividades de manutenção previstas inicialmente para o primeiro semestre. As paradas afetaram os principais campos do Brasil, inclusive os dois maiores ativos do pré-sal da Bacia de Santos: Tupi (ex-Lula) e Búzios, que, juntos, responderam, em dezembro, por quase a metade de todo o petróleo do país.
Segundo a S&P Global Platts, a produção brasileira dá os primeiros sinais de recuperação no início de 2021. A retomada, porém, tem ocorrido num ritmo abaixo do esperado. Mesmo assim, a empresa projeta crescimento de 120 mil barris/dia na produção do Brasil em 2021 e de 150 mil barris/dia em 2022, o que deve garantir a manutenção da trajetória ascendente da curva de produção nacional nos próximos anos.
A S&P Global Platts destaca que os dados preliminares de produção da primeira quinzena de janeiro sugerem o primeiro aumento nos volumes de óleo produzido no Brasil desde agosto, num sinal de que as atividades de manutenção estão finalmente diminuindo. A produção do pré-sal nas duas primeiras semanas do ano, por exemplo, foi de 2,06 milhões barris/dia, na média, o que representa aumento de 140 mil barris/dia em relação a dezembro.
No entanto, a expectativa da empresa é de que a produção brasileira só retomará, em março, os níveis anteriores às atividades de manutenção. Apesar do crescimento do pré-sal, o volume produzido no Brasil, como um todo, ainda permanece cerca de 150 mil barris/dia abaixo do período pré-paradas.
“Como resultado da recuperação mais lenta do que o esperado, construímos uma previsão de aumento mais gradual para o primeiro trimestre. Esperamos, agora, que a produção do Brasil alcance o nível de pré-manutenção em março de 2021”, cita a S&P Global Platts, em relatório sobre o tema.
Até então, a empresa estimava para este mês a retomada completa da produção. “A recuperação observada em janeiro, embora atrasada, é um sinal de que não há problemas técnicos com os reservatórios, e que a queda na produção do pré-sal de agosto a dezembro foi decorrente puramente de manutenção e temporária”, ressalvou.
Fonte: Valor