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Projetos offshore aguardam definições regulatórias

Nova fronteira da energia eólica, a geração marítima está no radar dos gestores públicos e privados. A fonte consta do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), documento anual em que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica perspectivas nacionais no horizonte de dez anos. Existe potencial para abastecer o país com 700 Gigawatts (GW) a partir da Zona Econômica Exclusiva, em locais com até 50 metros de profundidade, segundo o estudo “Roadmap Eólica Offshore Brasil”. Metade das áreas favoráveis fica na região Nordeste.

Várias empresas estão com projetos prontos, à espera da definição do marco regulatório e do momento adequado para investir. O Ibama já recebeu pedidos de licenciamento ambiental para 20 empreendimentos em sete Estados, que somam uma oferta de aproximadamente 40 GW.


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Reino Unido, Alemanha e China concentram mais de 90% da atividade global de geração eólica offshore, com mercados consolidados. Estados Unidos, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Vietnã e Índia também incentivam as indústrias locais. O Brasil pode se beneficiar da queda de custo da tecnologia, pois aerogeradores mais potentes e maiores permitiriam viabilizar as eólicas marinhas como substitutas das grandes hidrelétricas. A atividade pode aproveitar a infraestrutura de plataformas de petróleo e tem sinergia com a futura exploração de hidrogênio verde - obtido por meio de fontes renováveis. Contudo, um desafio é a competitividade, já que os parques em terra são mais baratos. Outros pontos a equacionar são os conflitos de uso com navegação e pesca, e as linhas de transmissão.

A Equinor, empresa global de energia com sede na Noruega, planeja construir um complexo eólico offshore nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Com capacidade total prevista de 4 GW e potência instalada suficiente para abastecer 2 milhões de residências, o empreendimento será composto por 320 geradores a cerca de 20 km da costa, em águas entre 15 e 35 metros de profundidade. Os projetos, batizados de Aracatu I (na costa do RJ) e Aracatu II (em ambos os estados), preveem utilização de fundações fixas e geradores com capacidade nominal de 12 MW.

Pioneira no segmento, a Equinor está desenvolvendo o maior parque eólico offshore do mundo, Dogger Bank, no Reino Unido, e também o maior parque eólico offshore flutuante, Hywind Tampen, no Mar do Norte. A empresa vê o Brasil como um mercado potencialmente interessante, em função da disponibilidade e regularidade de ventos ao longo da costa. “Os mercados de energia estão passando por grandes mudanças, por conta do processo de transição energética, e a Equinor acredita que esta é uma oportunidade para que as empresas moldem seus portfólios de forma a atender metas ambientais”, diz nota da empresa.

Controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, a Neoenergia possui três projetos eólicos offshore em fase inicial de estudos de licenciamento, com possibilidade de chegar até 9 GW de capacidade. Os 600 aerogeradores serão instalados em três Estados. No Ceará, o complexo eólico marítimo Jangada (3 GW) ficará a 22 km dos municípios de Trairi e Itapipoca.

Ele terá quatro parques fixados em uma profundidade de 20 metros a 50 metros. No Rio de Janeiro, a empresa pretende construir o complexo Maravilha (3 GW), também com quatro parques, a 26 km dos municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes. No Rio Grande do Sul, o complexo Águas Claras, também de 3 GW, será construído a 7,3 km do município de Osório, a uma profundidade de 20 a 50 metros.

A Petrobras solicitou ao Ibama a licença ambiental para instalação do projeto-piloto de uma torre eólica offshore no campo de Ubarana, litoral do Rio Grande do Norte. Com 5 MW de potência nominal, ela será conectada através de um cabo submarino elétrico-óptico à plataforma de Ubarana 3 e terá equipamentos para mensurar o potencial da região, já estimado em 140 MW no RN e CE. O objetivo da empresa é desenvolver conhecimento na atividade, que pode eventualmente ser aproveitada para a eletrificação de plataformas de petróleo.

Entre os projetos sob avaliação do órgão ambiental federal está o Nova Energia, da empresa alemã Sowitec, que pretende construir um aerogerador na extremidade de um píer turístico no bairro de Armação, em Salvador. Sua capacidade nominal é de 3,4 MW. Conforme o documento que descreve o projeto, o píer de 200 metros de comprimento e seis metros de largura fará a interligação entre dois restaurantes.

Fonte: Valor






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