Abdib quer dinheiro chinês na infraestrutura do Brasil

: Portos e logística; 07/04/2011 - 06:34

São Paulo - O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, afirmou ontem que irá tentar captar fundos na China para financiar obras de infraestrutura no Brasil. Godoy irá acompanhar a presidente Dilma Rousseff em viagem ao país asiático a partir de amanhã. De acordo com o presidente da Abdib, a expectativa é de que os investimentos em infraestrutura no Brasil sejam ampliados dos atuais R$ 120 bilhões para cerca de R$ 160 bilhões ao ano.

“Nós, da infraestrutura, precisamos complementar recursos de longo prazo para investir no Brasil”, disse, após evento na capital paulista com o ministro das Cidades, Mário Negromonte. “Nosso objetivo é captar parte desses recursos com fundos de investimento e o Fundo Soberano chineses para aplicar no Brasil “

Godoy defendeu que a viagem de Dilma sirva para o Brasil cobrar um maior equilíbrio no comércio entre os dois países. “O Brasil hoje tem uma pauta de exportação para a China lastreadas em commodities. E a China tem uma pauta de exportação para o Brasil de manufaturados”, afirmou. “É preciso equilibrar isso com uma política de longo prazo.”

A expectativa é que o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Flávio Azevedo, também participe do grupo.

Equilíbrio

Outro assunto que deverá estar em pauta durante a viagem é a relação comercial entre os dois países que, segundo Godoy, precisa entrar em equilíbrio. “Não é uma tarefa fácil porque, hoje, o Brasil tem uma pauta de exportação para a China lastreada nas commodities. A China, por outro lado, tem uma pauta de exportação para o Brasil de manufaturados. Então, é preciso equilibrar isso, ter uma política de longo prazo que leve a dar uma equilibrada nessa diferenciação das pautas de exportação”, afirmou.

Para Godoy, o Brasil precisa estabelecer e fazer funcionar os mecanismos de defesa comercial para evitar que produtos chineses com preços artificialmente baixos entrem no país por meio da triangulação com outros países ou por meio da maquiagem de produtos.

(Fonte: Tribuna do Norte (RN)/AE e ABr)