O relacionamento entre a cidade de Santos e a Archer Daniels Midland (ADM), um dos principais grupos internacionais dos setores de agronegócio e alimentos, nasceu de um objetivo em comum: ligar a produção agrícola brasileira aos consumidores localizados em diversas partes do mundo.
Foi com esse propósito que, em 1997, a ADM se instalou no porto santista. Nessas quase duas décadas, a companhia investiu mais de R$ 75 milhões na região, especialmente em seu terminal logístico, implantado no Corredor de Exportação, na Margem Direita do complexo. A unidade tem uma movimentação de cargas que já superou 59 milhões de toneladas de alimentos. Posicionada entre as dez maiores exportadoras do Brasil, movimenta anualmente 6 milhões de toneladas de grãos, sobretudo soja e milho, para países da Europa, África e Ásia.
A importância estratégica do Porto de Santos para a ADM é comprovada pela equipe que mantém na região. Seu terminal gera mais de 300 postos de trabalho diretos e outros 3 mil empregos indiretos por mês, o que movimenta a economia local e beneficia milhares de famílias santistas.
Além de funcionários diretos, o terminal da ADM conta com trabalhadores portuários avulsos (TPAs). Aliás, a empresa é a única operadora do Corredor de Exportação a manter um acordo registrado no Ministério do Trabalho que prevê a contratação de TPAs vinculados ao Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários (Sintraport), para atividades extras, tais como coordenador de equipe e assistentes de descargas ferroviárias — tais funções foram criadas para garantir a segurança do processo de descarga ferroviária e a limpeza dos vagões.
Independente do vínculo empregatício do funcionário, se avulso ou admitido tradicionalmente, a companhia tem na segurança de sua equipe uma de suas prioridades. “Quando assumimos o terminal, há 18 anos, iniciamos um movimento para enquadrá-lo nos padrões globais de segurança e produtividade da ADM. Identificamos, por exemplo, que os funcionários avulsos não se sentiam parte da empresa e que, por isso, nem sequer aceitavam usar equipamentos de proteção individual”, lembra o gerente de operações portuárias na ADM, Eliezer Giroux.
O gerente conta que a corporação iniciou um forte trabalho para modificar a cultura dos trabalhadores do terminal. Para isso, estreitou o relacionamento com o Sintraport e começou a promover treinamentos – medida pioneira na região. “Foi, sem dúvida, uma forma diferente de abordar o problema, que contribuiu para uma importante mudança do modelo portuário santista
A iniciativa não melhorou apenas nossas operações, mas também contribuiu para o sistema como um todo”, acrescenta Giroux, ao destacar que esses esforços foram reconhecidos pela comunidade. Outra contribuição diz respeito ao sistema eletrônico e-PEM, utilizado para a liberação aduaneira da carga, hoje utilizado por todas as exportadoras que atuam no local. "Trabalhamos com as autoridades para convencê-las da importância dessa implementação. Graças a isso, foi possível reduzir o prazo de liberação de carga de 24 horas para apenas duas”, enfatiza Eliezer Giroux.
Os grãos que a ADM exporta têm como origem, principalmente, o Centro-Oeste do Brasil. Nessa região, operam duas grandes unidades de processamento da companhia: uma em Rondonópolis, no Mato Grosso, e outra em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A empresa conta ainda com fábricas na cidade mineira de Uberlândia e o município catarinense de Joaçaba, onde produz óleos vegetais vendidos para o consumidor final em diversos pontos do País. No conjunto das operações da ADM, o Porto de Santos é vital. O terminal local é uma das principais pontas que compõem sua extensa rede logística no Brasil. O grupo também está presente em Tubarão (SC); Paranaguá (PR); São Francisco (SC); Rio Grande (RS); Ponta da Madeira (MA) e Aratu (BA), bem como possui uma plataforma própria em Barcarena (PA). A malha se completa com as hidrovias Tietê–Paraná e Paraguai–Paraná.
Tecnologia
O firme compromisso com a sociedade e o meio ambiente é um dos requisitos da atuação da ADM. Por isso, desde o início das operações no Porto de Santos, a empresa investe fortemente para minimizar os impactos causados no entorno. O valor aplicado em medidas preventivas e mitigatórias já excedeu o previsto e ultrapassou os R$ 75 milhões, o que é 400% acima do instituído no contrato.
Recentemente, a concessão da ADM para operar na cais santista foi renovada e, entre as cláusulas obrigatórias, há a implantação de ações para reduzir a emissão de pó vegetal, o que ocorre durante o embarque dos grãos. O total projetado nessa fase é de R$ 200 milhões.
Referência em tecnologia de ponta aplicada ao setor portuário, o terminal da ADM em Santos conta com o mais moderno shiploader (sistema mecânico que faz o carregamento do navio) em operação no Brasil. Em breve, um segundo equipamento
desse tipo, mais atual, começará a funcionar. Esse sistema será capaz de reduzir consideravelmente a dispersão do pó no embarque da mercadoria, destaca a empresa.
O controle ambiental na instalação portuária é extremamente minucioso e envolve um complexo mecanismo para gerenciar a emissão de partículas e odores. O sistema inclui um processo de aspiração interligado com as correias transportadoras, que as impede de funcionar sem que essa aspiração esteja ligada. A medida garante que a poeira não se espalhe. Este controle é reforçado pela tecnologia DSH (Dust Suppression Hopper ou, em uma tradução livre do inglês, Supressão de Poeiras Móveis), que cuida da emissão de partículas em dois momentos fundamentais: durante a transferência de grãos para os armazéns e no carregamento dos navios.
Controlar a emissão de odores gerados pela movimentação e armazenagem das cargas é outra preocupação da ADM. Para isso, ela dispõe de diferentes processos integrados, como a instalação de telas de proteção e a limpeza constante das galerias de esgoto e de águas pluviais e das canaletas dos depósitos de recebimento.
Além disso, periodicamente é feita a aplicação de um produto inibidor de odores. O terminal é um dos poucos da cidade a contratar uma equipe exclusiva de faxina e conservação. Para esse trabalho, loca seus equipamentos de varrição.
Fonte: A Tribuna (Santos)
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