Aprovado no final do mês de abril de 2011 pela Antaq, o edital de concorrência vai permitir o arrendamento de quatro lotes para a implantação de áreas de armazenagem, de um sistema de recepção de carga ferroviária e da área de expedição, em área total de 119,3 mil metros quadrados. O lançamento da licitação depende, porém, de aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
A primeira fase do terminal deverá ser finalizada em 2013. Já a segunda etapa está prevista para o sétimo ano de funcionamento do terminal de grãos.
A expectativa é de que o terminal movimente, já a partir de 2013, cinco milhões de toneladas de grãos por ano, com destaque para a soja produzida no Centro-Oeste e em outras áreas de fronteira agrícola. Esse volume deve dobrar até 2024 e atingir 10 milhões de toneladas.
Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, a obra de Itaqui é uma decisão inteligente por permitir a estruturação de uma logística adequada, a partir da integração do porto com as ferrovias Norte Sul e Transnordestina. "Todo projeto ferroviário tem uma tendência natural de parar no porto. A partir do momento em que ele se estrutura para receber e despachar isso é fundamental para se ter um sistema de movimentação mais eficiente e menos oneroso", explica Vilaça.
O diretor da Antf lembra também que o Canal do Panamá estará duplicado até 2014, o que transforma os portos de Santarém (PA), Itaqui (MA), Pecém (CE) e Suape (PE) em portas de entrada na América do Sul para a carga proveniente de navios da Ásia e do Oceano Índico. Em razão da grande movimentação no canal, essa carga é desembarcada atualmente em portos no Chile, de onde é transportada por rodovia, e no leste dos Estados Unidos e do México.
Segundo Vilaça, é possível escoar hoje entre oito e 10 milhões de toneladas de produtos do complexo soja (grãos e farelo) por Itaqui. Ele lembra que a Norte-Sul vai permitir no futuro o transporte de contêineres do tipo Double stack para os portos mais ao norte.
O diretor-executivo da Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de de Tráfego Portuário (Fenavega), Marcos Soares também aposta no sucesso da obra, ao afirmar que qualquer terminal especializado dá vocação ao porto. Soares defende a integração entre os modais como fundamental para o desempenho do porto e argumenta que não adianta ter acesso aquaviário sem acesso por terra, principalmente por ferrovia.
MOVIMENTAÇÃO DE CARGA
Informações da Antaq sobre a movimentação de cargas em Itaqui no primeiro trimestre deste ano mostram que o porto maranhense bateu o recorde de janeiro a março, com 2,7 milhões de toneladas e crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2010. Os combustíveis ainda respondem pela maior parte da movimentação, com 1,5 milhão de toneladas; seguidos do ferro-gusa, com 520,7 mil toneladas no período.
O complexo de soja, no entanto, tem mantido trajetória ascendente, com 196,7 mil toneladas ou 137% de crescimento no trimestre, na comparação com o ano passado. Como resultado do crescimento da demanda do setor agrícola, os fertilizantes também cresceram 246% em volume e atingiram 143,6 mil toneladas.
FONTE:Agência CNT de Notícias/Sueli Montenegro
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