Por Carolina Marcondes SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que prejudicaram as operações da ALL no quarto trimestre do ano passado incentivarão uma forte safra de soja no Brasil, o que elevará o volume transportado pela companhia em 2010.
A manutenção da malha ferroviária, a compra de vagões e locomotivas e o capital destinado a terminais farão com que a companhia de logística invista 700 milhões de reais em 2010, próximo do valor do ano passado, segundo o diretor superintendente da companhia, Paulo Basílio.
"Estamos confiantes de que 2010 será um ano positivo e continuaremos no desenho de prever crescimento de 10 a 12 por cento no volume por ano no médio prazo", disse ele à Reuters.
O volume transportado pela empresa cresceu apenas 5,8 por cento em 2009.
De acordo com Basílio, no quarto trimestre a ALL sofreu com as fortes chuvas --que paralisaram por 10 dias o tráfego em um trecho no principal corredor da empresa no interior paulista e influenciou a redução do volume transportado-- e com tarifa média (yield) fraca.
"Entretanto, a mesma chuva nos trará benefícios em 2010, porque a previsão é de uma das maiores safras de soja da história. No ano passado, foram 56 milhões de toneladas e o número pode chegar a 66 milhões este ano", disse Basílio, acrescentando que "previsões mais otimistas" dão conta de uma safra de até 70 milhões de toneladas.
A soja é a principal commodity agrícola transportada pela ALL. No ano passado, o volume do produto transportado pela ALL foi 16,8 por cento superior a 2008, chegando a quase 10 milhões de toneladas. No quarto trimestre, entretanto, as chuvas reduziram o transporte do grão em 54,7 por cento.
Na Argentina, a ALL espera que a safra agrícola cresça mais de 40 por cento em 2010. No quarto trimestre, o volume transportado no país vizinho caiu 50,2 por cento. No ano, a redução do volume ficou em 27 por cento contra 2008.
ALL AGUARDA LLX
A eventual retomada do projeto de construção do Porto Brasil, em Peruíbe (SP) pela LLX Logística fará com que a ALL retome o projeto de construir um ramal ferroviário para atender a região.
"Se o projeto for retomado, iremos atendê-lo", afirmou Basílio.
O projeto do porto foi suspenso pela LLX em 2008, e a empresa do grupo EBX optou por investir nos portos do Açu e Sudeste, ambos no Estado do Rio de Janeiro.
O ramal teria início pouco antes do Porto de Santos (SP), passaria por Peruíbe cortando a região do porto da LLX e chegaria até o Paraná.
No quarto trimestre de 2009, a ALL teve prejuízo líquido de 63,7 milhões de reais no quarto trimestre, contra perda de 32 milhões de reais um ano antes. Em 2009, a companhia lucrou 31,7 milhões, queda de 82 por cento ante o exercício anterior.
A receita líquida consolidada, por sua vez, foi de 471,9 milhões de reais no quarto trimestre e de 2,4 bilhões de reais no ano, quedas de 22,3 por cento ante o mesmo período de 2008 e de 2,4 por cento em comparação aos 12 meses anteriores.
No quarto trimestre, o yield médio caiu 11,7 por cento no Brasil. No ano, a tarifa também no Brasil cedeu 4,3 por cento, de 74,7 reais por mil TKU (toneladas por quilômetros úteis) para 71,2 reais por mil TKU.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 121,8 milhões de reais de outubro a dezembro, queda de 53,7 por cento em relação a igual intervalo de 2008.
Em todo o ano de 2009, o Ebitda recuou 10,9 por cento, para 1,1 bilhão de reais. (fonte: Ultimo Segundo)
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