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ALL transportará produção da ETH em MS

A ALL Logística está lançando dois investimentos para aumentar o transporte de combustíveis - derivados de petróleo e álcool - em sua malha. Juntas, as ações devem acrescentar 50 mil m3 mensais de carga à operadora. O maior deles é um investimento para captar carga de álcool produzido na região de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Em sociedade com a ETH, do grupo Odebrecht, a ALL terá um terminal em Campo Grande para atrair a produção local de álcool e levá-lo até Paulínia (SP), de onde será distribuído por caminhão aos postos de gasolina. Segundo Gustavo Vitti, da gerência de líquidos da ALL, o plano é atrair para a malha 50% da produção de álcool na região localizada até 150 km de Campo Grande. As obras devem começar ainda este mês.

Outro investimento foi feito em Lages (SC), em um centro de combustíveis em parceria com a distribuidora Idasa, a ser inaugurado na próxima semana. O terminal movimentará inicialmente 20 mil m3 por mês, podendo dobrar de capacidade com a evolução do negócio. O centro receberá derivados de petróleo - diesel e gasolina - da refinaria Refap, localizada em Canoas (RS), próxima a Porto Alegre, e também álcool produzido no norte do Paraná. "A ALL vai passar a responder pela movimentação de 40% de todo o etanol de Santa Catarina", afirma Vitti.

Os investimentos serão feitos na maior parte pelos clientes, diz Gustavo Vitti, e os vagões deverão ser os mesmos já em uso na ALL. As nova operações visam exatamente aproveitar a capacidade de carga do retorno das composições. No caso do investimento em Mato Grosso do Sul, a ALL já leva derivados de petróleo da refinaria de Paulínia para Mato Grosso, mas 30% voltavam vazios. Uma parte ainda era abastecida no meio do caminho, com álcool produzido no noroeste paulista, na região de Andradina - próxima ao limite com Mato Grosso do Sul.

No empreendimento na região Sul, a situação era inversa. A empresa levava álcool do Paraná para o Sul, mas os vagões voltavam vazios. Agora, com o centro de distribuição em Lages, poderá levar os derivados de petróleo produzidos em Canoas com os vagões usados para o etanol na viagem de ida.

Na divisão de combustíveis como um todo, conta Gustavo Vitti, hoje a proporção é de 70% de carga de derivados e 30% de álcool. A carga é a terceira mais importante da ALL, com 4,5 milhões de TKU (unidade que multiplica tonelada por quilômetro transportado) movimentados em 2009 - ficou atrás da soja e do milho.

Dados preliminares da ALL quanto a 2010 mostram que a empresa transportou 43 milhões de TKU, 10,8% mais do que no ano anterior - ano em que a crise retraiu a receita em 0,2% em relação a 2008. Em 2010, o lucro antes de juros, impostos e depreciação e amortização (Ebitda na sigla em inglês) chegou a R$ 1,3 bilhão, aumento de 21,6% em relação a 2009.

Fonte: Valor Econômico/Fernando Teixeira | De São Paulo


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