O diretor da Antaq, Adalberto Tokarski, participou, no último em 23 de julho, da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Rio Branco. O tema central do encontro, que se encerra em 27 de julho, é Ciência e Tecnologia em uma Amazônia sem Fronteiras. Tokarski palestrou sobre a importância, os desafios e a segurança da navegação fluvial na Amazônia.
Comparando com outros países, o diretor da ANTAQ ressaltou que o custo do transporte por água é mais barato e ambientalmente correto; as nações que investem no transporte por água são as mais desenvolvidas do mundo; os países do norte da Europa que mais investiram no transporte por água foram os primeiros a sair da crise mundial; e a Europa e os EUA incentivam a construção de terminais intermodais às margens dos rios sempre que possível com integração ferroviária.
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Conforme a apresentação, entre 1995 e 2005, a Europa investiu 800 bilhões de euros no transporte, sendo 64% para o modal rodoviário; 32% para o ferroviário; 3% para o setor portuário e apenas 1% para hidrovias. “Mesmo assim, o crescimento no transporte hidroviário foi de 14,5%”, pontuou Tokarski. “Com estes dados da Europa, podemos, sim, crescer bastante o volume de produtos movimentados em nossos rios, até com um volume de recursos pequenos em relação a outros modais”, completou.
O diretor informou que a ANTAQ, em 2012, apontou que o Brasil possui 20.956km de vias economicamente navegadas. “Mas o potencial estimado da malha é de 40 mil quilômetros de vias interiores, necessitando obras de dragagem, transposição e canais.”
Tokarski lembrou também que a Agência, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), elaborou o estudo Transporte Fluvial de Passageiros na Região Amazônica. “O estudo apresentou um diagnóstico das principais linhas de transporte fluvial de passageiros e cargas em embarcações mistas na Região Amazônica”, explicou o diretor. O trabalho está disponível no site da Agência. Além disso, uma segunda etapa foi contratada junto à UFPA para atualizar os levantamentos com um nível de detalhamento maior, tirando agora diagnósticos do que precisa-se fazer para melhorar a qualidade do serviço prestado aos passageiros.
Nas considerações finais, Tokarski afirmou que “o transporte hidroviário é, mundialmente, uma ótima solução para a diminuição de custos logísticos e, paralelamente, menos poluidor do que outros meios de transporte; o Brasil possui vasta malha de rios potencialmente utilizáveis para o transporte hidroviário; e que há um crescimento da utilização dos rios navegáveis disponíveis no território brasileiro, fato que deve demandar maior investimentos, visando transformar nossos rios em hidrovias stricto sensu.”
O diretor da ANTAQ disse também que as universidades brasileiras são e poderão ser mais ainda grandes repositórios de conhecimento, através de parcerias com órgãos federais, auxiliando o desenvolvimento do transporte fluvial e do Brasil.
Fonte: Antaq