Complexo possui 11 mil hectares . Desta área, 7,3 mil já estão reservados para siderúrgica, refinaria e ZPE
Em 2012, o Pecém já deverá se aproximar da sua capacidade total para instalação de novas empresas. É o que prevê o presidente da Adece, Antônio Balhmann. Desta forma, já se pensa, dentro do governo, em ampliar o espaço reservado ao complexo industrial, permitindo que se continue o processo de atração de empreendimentos ao local.
"O Pecém vai se acelerar muito com a siderúrgica, que já está em obra. O efeito dela é muito forte em atração de investimento. Acredito que em 2012 esteja em um processo muito veloz de ocupação. O complexo, então, começa a ter um problema de espaço", explica Balhmann.
O CIPP hoje possui área de 11 mil hectares, dos quais cerca de mil já estão reservados à siderúrgica, dois mil para refinaria e outros 4,3 mil para a ZPE. "Esses projetos tomam grande espaço e os espaços que vão ficar, então, são os necessários para as empresas que serão complementares desses complexos maiores", esclarece Balhmann.
O complexo, diz, Balhmann, é uma área "nobre demais", e que agora vem sendo bastante disputada pelos investidores. "Estamos sendo muito seletivos nas escolhas das empresas do Pecém. As empresas que vão pra lá são empresas que tem necessidade de estar perto do porto, ou porque é muito importadora, ou porque é muito exportadora".
Desta forma, informa o presidente da Adece, vários empreendimentos que poderiam se instalar lá, estão sendo remanejados para outras áreas, evitando o precoce "inchamento" do Complexo. "Estamos repassando investimentos para Aquiraz, Camocim, outros lugares. De toda forma, isso é importante para que possamos espalhar a renda", explica.
Atualmente, a siderúrgica ainda está em fase inicial de implantação. Em dezembro, foi assinada a ordem de serviço para as obras de macrodrenagem do setor 1 do complexo, onde a usina se localiza. Logo após, inicia-se a terraplanagem. Atualmente, operários trabalham na construção de edificações do canteiro de obras. O número de operários ainda é pequeno, mas o potencial gerador de emprego é o maior entre todos os empreendimentos industriais já instalados no Estado até agora.
Só na primeira fase do projeto, que deverá estar concluída até 2013, serão criados mais de 15 mil empregos diretos, priorizando a mão-de-obra local. Na operação, serão mais de 4 mil. "Daqui a 25 anos, o Ceará terá a sua história contada em antes e depois da construção da siderúrgica", declarou o governador Cid Gomes quando da cerimônia do início das obras da usina, em dezembro passado.
Outro grande projeto em curso no CIPP é a termelétrica Energia Pecém. Já com obras em estágio avançado, a usina, quando pronta, terá capacidade de produzir 720 megawatts de energia elétrica. Atualmente, mais de 600 pessoas trabalham no empreendimento. A usina está sendo erguida através de um consórcio entre as empresas MPX Energia e EDP - Energias do Brasil. (SS)
CORREIA TRANSPORTADORA
Terraplanagem já tem 160 empregados
Para receber grandes projetos, como a siderúrgica e a termelétrica Energia Pecém, o Complexo Industrial e portuário do Pecém (CIPP) precisa se dotar da infraestrutura necessária. A liberação e adaptação do Píer 1 do porto para as movimentações desses empreendimentos é uma das etapas desse trabalho, que vem sendo feito com a implantação do Tmut. Mas para que os insumos das usinas possa fazer o trajeto entre elas e o porto, estão sendo instaladas as correias transportadores de minérios. A primeira etapa, que é a terraplanagem, está em curso e deve ser concluída em março.
Hoje, existem cerca de 160 pessoas trabalhando na obra, das 7h às 17h, segundo informa Francisco Guedes, engenheiro civil da Normatel, que, juntamente com a Koch do Brasil, forma o consórcio realizador do trabalho. "São tratoristas, engenheiros, encarregados de obra, serventes, seguranças, entre outros", explica Guedes, afirmando que a quase totalidade dos trabalhadores vêm de Caucaia ou São Gonçalo do Amarante.
No canteiro de obras, que se localiza próximo às futuras instalações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), já se encontram os equipamentos estocados. As correias, que terão 12 quilômetros de extensão, possuem capacidade de transportar 2.400 toneladas de carvão mineral - que será utilizado para gerar energia nas usinas - por hora, e contam com tecnologia de baixo impacto ambiental.
De acordo com o engenheiro, na hora do desmatamento da área, é feito um corte de 60 centímetros da terra, a chamada camada vegetal, para que se possa, após a terraplanagem, ser lançada sobre o solo, permitindo que a vegetação volte a crescer sobre o local.
As medições do solo são feitas por topógrafos e auxiliares, como José Carvalho. Solteiro, de 45 anos, ele afirma que já trabalhava na atividade em outras obras no complexo. "Mas eu estava desempregado. Agora, pelo menos até terminar a obra, eu tenho o emprego garantido", comenta. Após a terraplanagem, será iniciado o processo de montagem da esteira, que durará cerca de oito meses. A previsão é de que o equipamento esteja em atividade no primeiro semestre de 2011. A correia sairá do Píer 1 do porto, indo até a siderúrgica e a termelétrica. O valor total do sistema de transporte de minério é de R$ 148,3 milhões.(Fonte: Diário do Nordeste/CE/SS)
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