A primeira parte do projeto - que já está concluída - prevê um duto subterrâneo ligando Maringá ao Porto de Paranaguá, com 550 quilômetros de extensão
As margens das rodovias por onde passará o poliduto (duto que se destina ao transporte de produtos diversos) ligando Maringá e Paranaguá foram transformadas em área de interesse público. A medida veio com o decreto assinado na noite da última terça-feira (28) pelo governador Orlando Pessuti (PMDB), durante reunião com empresários e lideranças políticas na sede da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim).
Para o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Tranin, o decreto vai dar mais agilidade nas desapropriações e no avanço técnico da obra, que deverá ser utilizada para o transporte de álcool, gás e cabeamento de fibras óticas). “Com a construção do poliduto poderão ser canalizados 4 bilhões de litros de álcool e combustíveis por ano, o que resultará na retirada anual de 13 mil caminhões das estradas, reduzindo o custo do transporte em até 16 vezes”, afirmou Tranin em entrevista para o site da Acim.
O decreto que declara ser de interesse público o futuro poliduto foi feito após meses de estudo de viabilidade técnica e econômica do audacioso projeto, estimado em R$ 1 bilhão. A primeira parte do projeto - que já está concluída - prevê um duto subterrâneo ligando Maringá ao Porto de Paranaguá, com 550 quilômetros de extensão.
Funcionamento previsto até 2014
No que depende dos empresários do setor sucroenergético a obra deve ser concretizada. Em abril, a Alcopar constituiu juridicamente duas empresas que serão responsáveis pela construção e pela gestão do “alcoolduto”. Na ocasião, investidores garantiram o repasse de R$100 milhões para o início do projeto - 10% do valor total. A entidade acredita que o duto de escoamento de etanol esteja em funcionamento até 2014.
Embora a iniciativa seja privada, a contrapartida pública será indispensável, já que será necessária a desapropriação de áreas na faixa por onde correrá o traçado. O poliduto terá capacidade para escoar 4 bilhões de litros por ano, número que eventualmente poderá ser revisto adequando-se os volumes de acordo com o crescimento da demanda até o início das obras.
Estruturas iniciais já existem
Já existem estruturas prontas em locais estratégicos que servirão como parte da logística. Entre Sarandi e Marialva, municípios vizinhos a Maringá, a CPA Trading S/A, que pertence ao setor de sucroenergia do Paraná, construiu um terminal de 168 mil metros quadrados com capacidade para armazenar 100 milhões de litros de álcool em 17 tanques e 200 mil toneladas de açúcar em dois armazéns. A unidade foi levantada às margens da ferrovia que liga Maringá ao porto.
No ponto de chegada, em Paranaguá, a CPA Trading inaugura até o final do primeiro semestre a outra parte de sua estrutura. São oito tanques com capacidade para 54 milhões de litros. No Porto de Paranaguá o setor conta com a operação da Álcool do Paraná, um terminal portuário público exclusivo para embarque de álcool, dotado de sete tanques para armazenar 37,5 milhões de litros de álcool. Por sua vez, a Cattalini Terminais Marítimos possui 85 tanques com capacidade para 278 milhões de litros.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)/Gazeta Maringá
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