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Atuação sustentável

Apoiada em colaboração e respeito, a liderança de TI ajudou a viabilizar o mais ambicioso projeto da Alcoa, no coração da Amazônia, integrando negócios, comunidade e natureza

Uma das líderes mundiais de produção de alumínio, presente em mais de 30 países, a Alcoa tem no Brasil Tania Nossa no comando da área de tecnologia da informação. A executiva, há 19 anos na companhia, seis à frente da TI, revela que um dos segredos da boa gestão é promover a integração da equipe, trabalhando em regime de colaboração e respeito profissional.

Tania, vencedora do IT Leaders na categoria Agronegócio, faz questão de parafrasear o CEO global da companhia norte-americana, Klaus Kleinfeld: “Ninguém é perfeito, mas um time pode ser”. E também Franklin L. Felder, presidente da Alcoa América Latina e Caribe: “Um bom líder mostra a direção, disponibiliza os recursos necessários, sai da frente e aplaude no final”. Com essas bandeiras, Tânia tem inspirado o time para que todos possam dar o melhor de si e buscar objetivos desafiadores e comuns.

A equipe de Tania é composta por 70 profissionais, incluindo os terceirizados. E muitos dos desafios são comuns aos enfrentados pelos departamentos de TI de empresas atuantes nos variados setores da economia. Os mais presentes na lista de prioridades dos CIOs hoje são alinhar TI aos negócios, atendendo prontamente as suas demandas, e agregar cada vez mais valor ao core business com o menor custo possível.

Essas metas já dariam conta das preocupações do comandante e dos marujos da TI. Mas quando a navegação acontece em águas nunca dantes navegadas, a complexidade ganha músculos. Foi assim num dos projetos mais grandiosos da Alcoa, a Mina de Bauxita de Juruti, um investimento de cerca de 4 bilhões de reais.

A TI precisava viabilizar o projeto em uma região remota, sem o menor rastro de infraestrutura, cravada no coração da Floresta Amazônica, no município de Juruti, no Pará, às margens do rio Amazonas. A iniciativa demandava o máximo de recursos, especialmente para a comunicação, lembra Tania. TI tornou-se vital. E ela abraçou a causa sem medir esforços.

A concessão para exploração da bauxita [matéria-prima do alumínio] veio em 2005, e o trabalho da TI, segundo ela, caminhou junto, desde o planejamento em 2004, intensificando em 2007/2008. “Estávamos a postos para suportar a produção da nova planta. Mas em 2009, tudo começou a sair do papel e então a participação foi total.”

A grandiosidade era ao mesmo tempo estimulante e temerosa. A Mina de Juruti compreende as áreas de Lavra ou Mineração, Beneficiamento, Ferrovia e Terminal Portuário, localizado a dois quilômetros da zona urbana do município. A previsão de permanência da Mina de Juruti é de 70 anos. Em seu primeiro ano de operações, o potencial produtivo da mina passou de 2,6 milhões de toneladas de bauxita para 3,5 milhões de toneladas ao ano.

“A distância foi outro agravante. De barco de Santarém, são seis horas e de avião, duas horas. Isso porque a mina fica a 60 quilômetros do porto de
Juruti, quase na divisa com a Amazônia”, diz a executiva, lembrando do empenho que teve de ser somado às funções tradicionais.

“Tivemos de providenciar um barco-hotel para minimizar o deslocamento, porque não tinha nada na região. Ele ficou aportado durante dois anos, enquanto cuidávamos da infraestrutura”, diz. “Mas o equipamos com tecnologia móvel, com recursos para videoconferência, justo para evitar as idas e vindas entre porto e mina.” Tudo tinha de ser pensado para que a TI minimizasse a complexidade.

“Hoje, dá orgulho de ver na mina as mesmas tecnologias do site da empresa em Nova York. Temos rede IP, todo o cabeamento em fibra óptica, telefonia celular, telefonia satélite para contingência da celular”, contabiliza.

Mas quem pensa que a complexidade acabou por aí, engana-se. Um dos maiores desafios desse projeto foi [e é] enfrentar as ações da natureza. Muitas chuvas e vendavais abalam as torres de telefonia, que também sofrem, não raramente, danos provocados por quedas de araucárias de 20 metros, demandando manutenções urgentes.

A preocupação com a performance dos servidores, decidir ou não pela virtualização, gerenciamento, entre outros desafios, tornaram-se pequenos em Juruti. “Já tivemos invasão de grilos nos servidores e cabos de fibra óptica roídos por ratos. O importante é entender a região, a natureza e adequar soluções”. Foram 12 cabos de fibra óptica passados pelos trilhos de 55 quilomentros da ferrovia. Com isso, a rede ganhou supervelociadade entre os sites Porto e Mina.

Capítulo a parte
A telefonia tornou-se um ícone no projeto, segundo Tania. Por necessidade do empreendimento, a Alcoa acabou levando a telefonia à Juriti, resultado de fortes e importantes parcerias. A TIM implementou no município uma antena de telefonia móvel [individual], ainda que não tivesse estimativa de retorno, mas o futuro se desenhava favorável para os visionários. Não deu outra. Hoje, essa antena é a de maior demanda da operadora no País, considerando a proporção população/capacidade.

“Telefonia móvel, via satélite, telecomunicações e fibra óptica, tudo foi implementado lá por nós. É possível, portanto, plugar um notebook, como se estivéssemos em qualquer outra plataforma avançada da Alcoa. Levamos a mais alta tecnologia para dentro da mina.”

A população local, prossegue a executiva, que nunca tinha visto um celular, passou a demandar tanto pelo dispositivo que a provedora teve de aumentar a capacidade para poder atender à região. “A venda de celulares cresceu tanto, que quando aconteciam encontros de tribos indígenas, não conseguíamos fazer uso na mina porque congestionava a rede.”

Nesse mundo móvel, os BlackBerries protagonizaram a comunicação. Segundo a CIO, em razão da distância de 60 quilômetros do porto de Juruti, eles foram fundamentais para a comunicação, viabilizando a conexão.

A criatividade e o comprometimento da TI foram de 360 graus. Nesse desenho, as locomotivas não ficaram de fora. Elas carregam a bauxita da área de beneficiamento até o porto. E para integrá-las ao processo, foram equipadas com celulares conectados via satélite, de última geração, que, normalmente, são usados no deserto, em eventos como o Rali Dakar.

“Na verdade, ele é utilizado como contingência. Porque existem alguns pontos que são totalmente isolados do backbone, as chamadas áreas de sombra, que inviabilizam o sinal. A tecnologia burla esse problema.”

De ponta a ponta
TI esteve e está presente em toda a operação Juruti. Desde a parte de beneficiamento do minério, lavagem e embarque. Este último acontece no porto de Juruti e vai para São Luiz do Maranhão, por meio do rio Amazonas, onde a bauxita é processada para virar alumínio.

O quartel general da TI, onde nasce toda a estratégia, fica em Poços de Caldas (MG), “mas temos na planta um time que faz um primeiro atendimento e suporte. Nosso trabalho é fortemente pautado no modelo remoto. Nosso ERP, por exemplo, roda nos EUA. Lá, ele tem uma conexão, via satélite, para São Paulo. Ele gerencia todo o backoffice. Ou seja, a TI é base para a operação”.
Além disso, o site Juruti tem um time de engenheiros e outros profissionais que atuam no monitoramento por meio de um amplo e moderno painel de controle. Toda a operação é controlada via vídeowall.

A integração, a grande vilã de projetos robustos, não se transformou em pesadelo, porque sempre foi um objetivo desde o início, segundo Tania. Por isso, a decisão da Alcoa foi envolver a equipe interna, sem terceirizar o projeto Juruti. “Assumimos esse desafio e economizamos muito dinheiro com a decisão.”

TI social
Tania destaca a complexidade de fazer um trabalho lado a lado com a população local e compartilha facetas de sua liderança, com foco na integração negócio, sociedade e natureza. “Abraçamos muito mais causas como a inclusão digital, não só doando computadores para escolas, mas concedendo o primeiro emprego aos melhores alunos.”

No topo do projeto, na área de beneficiamento, segundo a executiva, havia as empreiteiras, com mais de 3 mil pessoas, que tinham custo alto para locomoção para suas cidades. Para facilitar a comunicação com as famílias e reduzidas as viagens, foram instalados orelhões públicos, na obra, via IP, satélite, [de São Paulo, roteado para os outros estados, totalmente gratuito].  Mas não foi o suficiente. Mais uma vez Tânia envolveu-se pessoalmente. De Minas, direto para Juruti.

“Cheguei lá e havia 200 pessoas na fila para usar o orelhão público. Aproveitei para comunicar que estávamos providenciando celulares para minimizar a situação. Tivemos de programar as ligações para até cinco minutos. Somente dessa forma evitamos as longas conversas, ampliando a socialização da comunicação”, diz.

A Alcoa também está treinando pessoas da cidade para manter a população local no site de Juruti. “Queremos ocupar a plataforma profissionalmente com a comunidade para trabalhar com cabeamento e manutenção. O Senai está nessa parceria”.“É e tem sido um envolvimento profissional, social e sustentável”,  diz a CIO, para quem ser líder é também compartilhar o sucesso de cada um dos projetos da empresa.


A potência Juruti
O município de Juruti, no estado do Pará, na região Amazônica, teve origem em uma aldeia de índios Munduruku, no século XIX, e mantém influência marcante da cultura indígena.  A população soma de cerca de 35 mil habitantes, com 60% dela na área rural.

Essa região simples abriga uma reserva de cerca de 700 milhões de toneladas métricas de bauxita, um dos maiores depósitos de alta qualidade do mundo. A produção estimada é de 2,6 milhões de toneladas métricas por ano. Além da frente de lavra, outras instalações completam o empreendimento da Alcoa.

O terminal portuário de Juruti, a dois quilômetros do centro da sede do município e às margens do rio Amazonas, tem capacidade para acomodar navios de até 75 mil toneladas, similares aos que navegam no Canal do Panamá. As instalações da área de beneficiamento de bauxita, situadas a cerca de 60 quilômetros da cidade, foram erguidas nas proximidades do Platô Capiranga, a primeira área que vem sendo minerada. A ferrovia, de aproximadamente 55 quilômetros de extensão, opera com 40 vagões, cada um com capacidade de 80 toneladas.


Parceria com a comunidade
A Alcoa financia voluntariamente a preservação de 12 milhões de hectares de mata nativa [área equivalente a metade do estado de São Paulo], em parques e florestas que cercam o município. Foram alocados cerca de 700 mil dólares para essa ação.

Como parte das obrigações legais para o funcionamento da mina, a Alcoa executa 35 programas, disponibilizando recursos da ordem de 30 milhões de reais. São programas nos âmbitos socioeconômico, biótico, físico e gerencial, que minimizam impactos e potencializam fatores positivos do empreendimento, desde a sua implantação.

Para melhorar a qualidade de vida da população, a Alcoa investiu 69 milhões de reais, em parceria com a Prefeitura Municipal de Juruti, direcionados às áreas de Saúde, Segurança e Justiça, Educação e Cultura, Infraestrutura Urbana e Rural.
Os programas Bravo! e Action da Alcoa integram funcionários e comunidade, apoiado pelo Instituto Alcoa, que distribui para as unidades brasileiras os recursos utilizados nas iniciativas voluntárias. O Instituto Alcoa trabalha em conjunto com a Alcoa Foundation, que tem o mesmo papel em todo o mundo.

Fonte: Computeworld/Solange Calvo






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