O Nordeste tem que investir R$25,8 bilhões em infraestrutura para garantir o escoamento da produção. Apenas 15,7% dos projetos em estudo têm participação privada segundo a Confederação Nacional da Indústria
A Região Nordeste precisará investir nos próximos oito anos R$ 25,8 bilhões em infraestrutura para garantir o escoamento de sua produção. O valor possibilitará a realização de 83 projetos de ampliação e modernização de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos da região. Desse total, entretanto, apenas um quarto estaria em andamento e apenas 15,7% dos projetos que estão em estudo contam com a participação da iniciativa privada. O indicativo faz parte do estudo Nordeste Competitivo, lançado ontem pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Para além da racionalização dos investimentos e da diminuição dos custos do transporte de cargas, a CNI propõe uma inversão no posicionamento entre o Governo Federal e a iniciativa privada. Segundo o órgão, uma das dificuldades encontradas na relação seriam as divergências de prioridades entre os entes. O estudo, reforça a CNI, viria para propor alternativas para viabilização dessa parceria.
De acordo com Pedro Jorge Viana, economista da FIEC, o setor industrial defende a utilização da Parceria Público-Privada (PPP) e concessões para a realização dos projetos e operação da infraestrutura. A baixa participação do empresariado nos planos governamentais, segundo ele, se deve aos riscos que os empresários levam em conta durante as propostas de parceria. “O empresário só entra em investimentos que tem retorno igual à empresa dele. Se tiver retorno conveniente, ele vai aplicar”.
Para Roberto Macêdo, presidente da FIEC, as PPPs são uma modalidade iniciante no Brasil. Ele afirma que as especificidades de cada processo são um dos fatores que dificultam a concretização das parcerias. “Mas não propomos nada concreto ainda nesse sentido. Os investimentos públicos ainda são mais fortes para portos e rodovias”, coloca Macêdo, lembrando que a articulação para a realização dos contratos depende em primeira análise dos governos Federal e Estadual.
De acordo com Olivier Girard, diretor técnico do estudo, os dados da pesquisa foram levantados considerando as realidades dos estados da Região Nordeste. Entretanto, as informações levam em conta o conjunto da Região e não os estados de forma específica. “O que podemos adiantar é que para o Ceará propomos três projetos para o setor rodoviário, dois para o ferroviário e 12 para o portuário”, expõe Girard. Segundo ele, o custo logístico de transporte do Nordeste em 2010 ficou na ordem de R$ 30,2 bilhões. “E se nada for feito, esse valor deverá passar de R$ 69,4 bilhões ao ano”.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O Estudo Nordeste Competitivo foi lançado ontem pela CNI e Fiec. Ele aponta os investimentos necessários para que a região consiga escoar sua produção, evitando ou superando gargalos.
Números
25,8 bi
de reais é o que o Nordeste precisa investir em infraestrutura para garantir o escoamento de sua produção. Valor corresponde a 83 projetos
15,7%
é a participação da iniciativa privada nos projetos de infraestrutura logística em estudo no Nordeste
Fonte: O Povo (CE)
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