Rio. O presidente do Banco Mundial, o coreano Jim Yong Kim, afirmou ontem que a instituição e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não devem investir diretamente no setor, mas incentivar que as empresas privadas o façam.
O executivo defendeu a formação de parcerias público privadas (PPPs) no País para reduzir os gargalos da infraestrutura. Sem dar detalhes, ele afirmou ainda que o banco e o BNDES estão conversando sobre a possibilidade de ampliar o incentivo a esse modelo de negócio no país. Questionado se o Banco Mundial poderia atuar de alguma forma para reduzir esse gargalo, Kim defendeu o fomento ao investimento privado na área. Segundo ele, nos próximos 20 ou 30 anos, o mundo terá um déficit de infraestrutura de em torno de US$ 50 bilhões.
"O Banco Mundial não pode pagar por tudo isso", disse ele, em rápida entrevista na sede do BNDES, no centro do Rio.
"Não existe como desenvolver políticas oficiais de assistência ou tampouco o setor público pagar por tudo isso. O que precisamos fazer é criar meios para termos mais PPPs direcionadas ao investimento privado".
Kim respondeu a perguntas de jornalistas que acompanharam sua agenda. Depois de visitar uma escola municipal no Complexo do Alemão, o presidente do Banco Mundial se reuniu com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A imprensa não teve acesso à reunião e Coutinho não concedeu entrevistas. Kim disse que os dois conversaram sobre vários assuntos, mas nenhuma parceria entre as instituições foi fechada. Um dos temas da conversa, foi o continente africano. Coutinho e Kim discutiram como o BNDES poderia atuar mais no fomento ao desenvolvimento da África.
"Coutinho conversou comigo de uma maneira muito inspiradora sobre o que ele acha que o BNDES poderia fazer na África. Nós iremos trabalhar num acordo para que possamos trabalhar no desenvolvimento da África".
PIB
Kim reafirmou ainda que o crescimento econômico do Brasil em 2012 foi "desapontador" e que a previsão do banco é de um crescimento de 3,5% para o País em 2013. Questionado sobre o modelo adotado pelo governo federal de estímulo à economia por meio do consumo, Kim foi genérico e preferiu não fazer críticas.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
PUBLICIDADE