Volume será utilizado nos próximos anos para suprir a crescente demanda por crédito do mercado nordestino
Após 14 anos sem emitir títulos no exterior, o Banco do Nordeste (BNB) voltou a captar recursos fora do País, prospectando US$ 300 milhões que devem ser utilizados pela instituição nos próximos anos para suprir a crescente demanda por crédito do mercado nordestino.
Apesar de atualmente a liquidez do banco ser suficiente, com recursos provenientes dos depósitos a prazo, do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e de outros bancos, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o BNB já está atento aos altos índices de expansão da região.
"No início do ano, a Região Nordeste cresceu de forma bem mais rápida do que o Brasil tem crescido, e até agora, as fontes de recursos do banco têm sido suficientes para suportar esse aumento de demanda por crédito, mas a gente já vislumbra que no futuro vamos precisar de novas fontes, já que a liquidez não cresce na mesma proporção que a demanda da região", explicou o gerente de relacionamento com investidores e mercado financeiro do BNB, Sérgio Clark.
Apesar de o valor colocado à disposição ter sido de US$ 300 milhões, o volume de pedidos para a compra dos papéis foi 567% superior, atingindo US$ 2 bilhões, cifra que surpreendeu o banco pela forte procura de investidores norte-americanos, europeus e asiáticos. "Lançamos essa primeira captação para sondar o interesse do investidor, e tivemos uma oferta muito maior. Esperávamos que houvesse uma boa procura pelo nosso papel porque fizemos um bom trabalho nos últimos anos e temos tido lucros considerados bons, mas não que fosse tão boa, porque estávamos fora do mercado internacional", informou Sérgio Clark.
A classificação de risco do banco atribuída por agências internacionais e o crescimento dos depósitos a prazo nos últimos 18 meses também foram fundamentais para a forte demanda dos investidores estrangeiros por títulos do BNB.
Outra vantagem obtida pelo banco na operação foi a obtenção de custos mais baixos. A taxa do cupom foi de 3,625% ao ano, o que representa um prêmio de aproximadamente 2,6% ao ano sobre os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. "Conseguimos um preço competitivo. Foi o custo mais baixo entre as últimas emissões realizada por bancos nos últimos anos", afirma Sérgio Clark.
Em nota, o presidente do BNB, Roberto Smith, disse que a instituição "atua e passará a atuar cada vez mais na captação de recursos no mercado nacional e internacional para aplicá-los em atividades produtivas regionais". O banco, entretanto, não pôde informar as próximas operações de captações externas, nem a partir de quando fará uso dos recursos prospectados com a emissão de papeis, que beneficiarão a vários segmentos com a disponibilidade de crédito. "A demanda por crédito é muito forte no setor de infraestrutura (eólicas, estaleiros), mas também na instalação dos polos industriais em Suape, no Porto do Pecém e no Maranhão, e nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs), que apesar de não movimentarem o mesmo valor, têm um volume de operações muito forte", finaliza Clark.
Demanda elevada
2 bi de dólares foi o volume de solicitações para a compra de papéis do Banco do Nordeste por investidores norte-americanos, europeus e asiáticos
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
PUBLICIDADE