Banco repudia ''insinuação'' de que concessão de crédito estaria submetida a suposto esquema de tráfico de influência
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ontem que o pedido de financiamento para um projeto da empresa EDRB foi rejeitado pela instituição por critérios técnicos. Em nota, repudiou a "insinuação" de que a concessão de crédito estaria submetida a um suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil.
Segundo o consultor Rubnei Quícoli, representante da EDRB, a recusa do financiamento deveu-se ao rompimento de acordo para o pagamento de comissões à consultoria do filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Segundo o BNDES, o pedido de crédito da EDRB era de R$ 2,25 bilhões, e não de R$ 9 bilhões, como afirma Quícoli.
De acordo com o banco, o montante pedido para a construção de torres de energia solar no Nordeste foi considerado incompatível com o tamanho da empresa pelo corpo técnico do BNDES. Além disso, a proposta não apresentava garantias e não indicava a definição do local do empreendimento.
O pedido foi negado já na primeira fase de tramitação de pedidos no BNDES, quando as empresas solicitantes enviam cartas-consulta. Depois disso, a proposta ainda precisa passar pelo enquadramento, análise setorial e aprovação pela diretoria para então alcançar a contratação e o desembolso dos recursos.
O volume pedido pela EDRB é considerado alto para os padrões de financiamento do banco. O financiamento ao plano de investimentos da Mercedes-Benz até 2011, por exemplo, é de R$ 1,16 bilhão. Já o de uma termelétrica no Porto de Pecém é de R$ 1,4 bilhão.
Embora seja rotineira a contratação de consultorias especializadas, o BNDES não exige intermediários para os pedidos. Ao contrário, desaconselha o uso de consultorias, oferecendo cartilhas explicativas e atendimento técnico no próprio banco. Empresários podem se reunir com técnicos do BNDES antes de apresentar propostas.
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Fonte:O Estado de S.Paulo/Alexandre Rodrigues
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