O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 948,9 milhões para a CTRENS Companhia de Manutenção, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída para executar o projeto de manutenção e fornecimento de trens na cidade de São Paulo.
Os recursos serão destinados à aquisição de 36 trens novos de oito carros cada um, totalizando 288 carros para a Linha 8 (Diamante) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que abrange a região metropolitana da capital paulista.
Com os investimentos, os trens poderão transportar cerca de 1,6 milhão de passageiros a mais por dia útil, alcançando 7 milhões de passageiros por dia útil até 2014.
O projeto será realizado sob a forma de Parceria Público-Privada (PPP) pelo prazo de 20 anos e exigirá investimentos de R$ 1,5 bilhão. A operação será realizada na modalidade de "project finance".
O objetivo da PPP é a prestação de serviços de manutenção e modernização de toda a frota da Linha 8 e faz parte do plano "Expansão SP", que visa a ampliação e a modernização de serviços de transporte público nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista.
A CAF Brasil Indústria e Comércio detém a maioria das ações da CTRENS que, por sua vez, é controlada pela espanhola ICF. A empresa construiu sua primeira fábrica no Brasil em 2009, na cidade paulista de Hortolândia. A unidade tem capacidade de produção de 480 carros (60 trens de oito carros) ao ano e foi projetada para produzir diferentes tipos de material rodante.
A Linha 8 é uma das principais linhas da CPTM, concentrando cerca de 20% dos usuários pagantes da empresa. A linha tem 35,3 quilômetros de extensão e 20 estações, que servem à subregião Oeste da Região Metropolitana de São Paulo.
A área é composta pelos municípios de Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuíba e Osasco, além de bairros na zona Oeste da capital paulista, chegando até a estação Júlio Prestes, no centro da cidade. Há também um trecho de 6,3 quilômetros de extensão operacional, com quatro estações, até Amador Bueno, em Itapevi.
A linha é utilizada diariamente por cerca de 432 mil passageiros, com uma frota composta por 288 carros. Desses, somente 204 estão em operação.
Em nota, o banco de fomento informou que o projeto incentivará a produção brasileira de trens de passageiros e a cadeia de material metroferroviário, "o que contribuirá para a consolidação do setor no país e o aumento de mão de obra especializada". Segundo o BNDES, atualmente, parte substancial da frota da Linha 8 não está em condições de operação, provocando aumento do intervalo entre os trens e superlotação do sistema.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas | Do Rio
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