Receba notícias em seu email

Yanmar

Câmbio encarece indústria da navegação

A maior parte das empresas de navegação e agentes da cadeia portuária, como os operadores de terminais, enfrenta queda acentuada nas importações e redução dos negócios. Mas aqueles que adotaram novas estratégias para o enfrentamento da crise conseguiram até apresentar crescimento.

"A indústria de navegação internacional passa por tempos difíceis. Desde 2008, o crescimento tem sido abaixo da expansão da capacidade. No Brasil, a crise afetou as importações, com queda de 10,5% até outubro. Em contrapartida, as exportações cresceram 6%. O saldo é que caímos de 3.874 milhões de toneladas em 2014 para 3.770 milhões de toneladas de janeiro a outubro, queda de 2,7%", diz Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd e da Aliança. Ele observa que o superávit comercial do país cria a necessidade de se transportar mais contêineres vazios para servir às exportações. "Trata-se de uma operação cara, que vai pressionar o frete para cima. Na realidade, o preço está muito baixo e precisa de uma correção".


PUBLICIDADE



Apesar da crise, a Aliança Navegação está contratando a construção de três rebocadores com o Estaleiro Detroit de Itajaí. Thomas diz que a empresa está focando no crescimento do tráfego Ásia-Europa e Ásia-EUA, sem prejuízo da liderança no Brasil. Já a cabotagem surpreendeu, pois, inicialmente, achou-se que seria negativamente impactada pela crise.

"Alguns setores como os de eletroeletrônicos e motocicletas, de fato, foram afetados, mas outros segmentos cresceram. Algumas empresas buscaram o modal para experimentar suas economias. Isso resultou num crescimento de 5% na cabotagem", comemora Thomas.

A Log-In obteve um crescimento total de 24,5% de janeiro a setembro, resultado do consolidado do crescimento de 12,8% na cabotagem e de 46% nas operações de feeder (transbordo de carga de comércio exterior de um porto para os demais portos brasileiros), a despeito da queda de 3,5% nas rotas para o Mercosul.

"É um crescimento excelente uma vez que transportamos a produção nacional, que teve queda em 2015, o que mostra que tivemos um desempenho operacional acima da média. Somos uma empresa de soluções logísticas e nossa meta é a conversão de novos entrantes no modal da cabotagem levando uma condição de frete que permita que uma empresa de Santa Catarina possa vender em Manaus", diz Vital Jorge Lopes, presidente da Log-In.

A empresa também ampliou a frota de navios com o lançamento ao mar, no dia 9 de dezembro, do navio porta-contêiner Log-In Jequitibá, contratado do Estaleiro Ilha S.A (EISA), o quinto de uma encomenda de sete embarcações.

A conjuntura atual também teve reflexos na movimentação dos terminais portuários brasileiros. Luiz Alves, presidente da TCP, terminal de contêineres de Paranaguá, informa que o mercado de contêineres caiu 2,5% com a queda de 10% nas importações e mesmo com a alta de 5% nas exportações. "Apesar disso, conseguimos crescer 3% porque estamos ganhando market share dos portos da vizinhança, como os de Santa Catarina e Santos", diz Alves.

Antônio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil, que opera o Tecom Santos, informa que, de janeiro a setembro, houve uma queda de 4% nas importações no Porto de Santos saindo de 593.475 contêineres movimentados em 2014 para 570.461 em 2015; enquanto as exportações subiram de 493.638 contêineres para 525.558, alta de 6%. Devido à maior competição, os números da Santos Brasil caíram ainda mais, passando de 220.068 contêineres em 2014 para 190.807 este ano, queda de 13,3%.

"Perdemos market share, caindo de 40% para 34% porque entraram a Embraport e a BTP, especialmente esta última, que é controlada por dois dos maiores armadores globais. Nosso objetivo nunca foi ter a maior fatia de mercado e sim prestar o melhor serviço", diz Sepúlveda. Ele observa que o câmbio e a redução do consumo interno favorecem a queda da importação. "O ideal é que haja um equilíbrio entre importação e exportação para não precisarmos movimentar contêiner vazio", afirma.

Fonte: Valor Econômico/Carmen Nery | Para o Valor, do Rio






   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira