A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) informou, nesta quinta-feira (17), que estima que cerca de 60% dos embarques de rochas naturais brasileiras programados para o mercado americano neste mês já foram suspensos em decorrência do anúncio do aumento para 50%, a partir de 1º de agosto, das tarifas de importação pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump. A expectativa é de que chegue até o fim de julho a 1.200 o número de contêineres que deixarão de ser embarcados, com perda de 40 milhões de dólares em exportações.
A Centrorochas informou que mantém contatos com a Natural Stone Institute (NSI), entidade parceira nos Estados Unidos e que busca negociações com empresários e autoridades dos Estados Unidos para reverter o quadro e evitar prejuízos para os exportadores brasileiros e os importadores americanos. A associação informou que, nesta quinta-feira (17), o CEO da NSI, Jim Hieb, enviou mensagem em vídeo a seu vice-presidente, Fábio Cruz, informando sobre os desdobramentos de uma reunião com a National Association of Home Builders (NAHB). Na mensagem, Hieb destacou o compromisso conjunto em defesa do setor de rochas naturais brasileiro no mercado americano e o forte impacto que a elevação das tarifas terá para os importadores norte-americanos.
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Diante do cenário atual, a associação defende ação diplomática firme e coordenada, de empresários e autoridades brasileiras, voltada à prorrogação do prazo de entrada em vigência da tarifa de 50% em busca de soluções que garantam a continuidade das relações comerciais com o principal destino das exportações do setor. Segundo a Centrorochas, em 2024, os Estados Unidos foram destino de 56,3% das exportações de rochas naturais brasileiras e, no primeiro semestre de 2025, o setor registrou recorde histórico, com US$ 426 milhões exportados ao mercado norte-americano e crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Espírito Santo foi responsável por mais de 94% desse volume.
A Centrorochas reforçou ainda que embora a diversificação de mercados seja parte de sua estratégia de longo prazo, ela não é solução viável no curto prazo, por causa de características técnicas específicas, como a espessura das chapas, das rochas encomendadas pelos americanos que tornam o redirecionamento inviável no momento. Além disso, explica a Centrorochas, não há, neste momento, outro mercado capaz de absorver o volume atualmente demandado pelos Estados Unidos.