O investimento de R$ 31 bilhões, nos próximos três anos, anunciado pelo governo na semana passada, é considerado importante para melhorar a situação
Os principais problemas dos portos brasileiros são o excesso de tributos, de tarifas e de burocracia, além do elevado custo de mão de obra e deficiências nos acessos terrestres. A avaliação é resultado pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Foram ouvidos 212 agentes marítimos que operam nos principais portos do país, em 15 estados.
O investimento de R$ 31 bilhões, nos próximos três anos, anunciado pelo governo na semana passada, é considerado importante para melhorar a situação.
—O plano mostra que o governo está preocupado com o setor, o que é fundamental—, disse o vice-presidente da entidade, Meton Soares. Mas, segundo ele, a CNT vai analisar o programa de investimentos previstos até 2015, para depois se pronunciar sobre o que pode resultar em melhorias nos portos.
O diretor Executivo da CNT, Bruno Batista, disse que é preciso esperar para ver se o governo cumprirá a promessa de investir em três anos 10 vezes mais do que aplicou nos portos nos últimos dez anos, quando os gastos foram de R$ 3,1 bilhões. Um exemplo de ineficiência, citado na pesquisa, é a falta de investimentos governamentais em operação e gestão. Ele cita o custo médio de movimentação de um contêiner no Brasil: —Esse valor chega a US$ 200, enquanto nos principais portos europeus é US$ 110 e nos asiáticos, US$ 75—.
Conforme a pesquisa, o Brasil pode ser considerado privilegiado para o desenvolvimento da atividade, por possuir litoral com 7.367 km de extensão linear. Mesmo assim, os investimentos públicos em transporte marítimo caíram em relação ao ano passado.
Até outubro de 2012, somaram R$ 273,2 milhões; em todo o ano de 2011, alcançaram R$ 566,4 milhões. Outro número: até outubro, haviam sido investidos R$ 99,6 milhões em obras de dragagem, contra R$ 508,6 milhões durante todo o ano de 2011.
Segundo Meton Soares, os portos brasileiros podem melhorar com medidas do poder público, como a melhoria do espaço operacional no cais de atracação, que 53,3% dos entrevistados consideraram inadequado.
Fonte: Zero Hora
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