A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos) espera obter, no próximo mês, as autorizações necessárias para a implantação do transporte hidroviário no complexo marítimo. É necessário o aval da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre o regramento desenvolvido pela empresa para o projeto. As tarifas propostas também deverão ser aprovadas pelo órgão regulador.
As informações são do diretor de Relações com o Mercado e a Comunidade da Codesp, Cleveland Sampaio Lofrano, e foram destacadas em sua apresentação no 5º seminário Hidrovia Já, nesta terça-feira (17) em Santos.
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O projeto da Docas prevê utilizar rios e canais de navegação da região para o transporte de cargas entre pontos do cais e entre o complexo e a área retroportuária. Uma das opções é ter uma linha de barcaças ligando o terminal da Usiminas, no Canal de Piaçaguera, em Cubatão, e a Libra Terminais, Ponta da Praia, em Santos.
A ideia é que as cargas virão da Capital ou do Interior até o cais da Usiminas por ferrovia e, lá, serão embarcadas em barcaças e seguirão até os terminais, explicou Lofrano. Ele prevê que haverá redução de custos e aumento da eficiência.
Há ainda outra área a ser explorada como terminal hidroviário, segundo o diretor. É a região do Rio das Onças (que fica na Área Continental de Santos e deságua no Canal de Piaçaguera). O local reúne áreas privada e a via de navegação tem profundidade para a operação.
O executivo explicou que todo o regramento operacional e as tarifas deverão ser aprovados pela Antaq. Neste primeiro momento, é provável que o transporte hidroviário não demande investimentos
Lofrano apontou o interesse de empresas em trazer barcaças para o Porto. E como inicialmente as atividades podem envolver terminais já instalados, como os da Usiminas e os da Libra, a implantação do projeto pode ocorrer de forma imediata, assim que a Antaq aprovar as regras e as tarifas.
“O custo do projeto é praticamente zero, uma vez que as estruturas para a implantação do serviço já estão disponíveis”, disse Cleveland Lofrano.
O diretor da Codesp apontou ainda o modal hidroviário como um fator importante para absorver o aumento da movimentação de cargas no Porto. “Existe uma estimativa de potencial de transporte por essa rota (Santos-Cubatão) de 350 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por ano. Vamos ultrapassar os 120 milhões de toneladas neste ano e, segundo nossas projeções, passar de 150 milhões em 2020”.
Fonte: A Tribuna