A Associação Nacional de Exportadores de Cereais, (Anec) reduziu a expectativa de exportação em fevereiro em 1 milhão de toneladas, para um intervalo entre 5 milhões e 7,9 milhões de toneladas, em razão da falta de soja para carregar navios e da chuva que impede a colheita e o carregamento nos portos. Em relatório divulgado ontem, a Anec projetava um volume mínimo embarcado de 6 milhões de toneladas.
“O problema, causado pelo atraso na colheita, aumentou porque a soja não está chegando aos portos”, afirmou o diretor -geral da Anec, Sérgio Mendes. Não apenas a chuva tem impedido a colheita, como também o carregamento dos navios graneleiros. Segundo ele, a preocupação com o pagamento de demurrage — estadia além do prazo estabelecido no porto — vem crescendo entre os exportadores.
PUBLICIDADE
De acordo com a Anec, 137 navios estavam atracados em terminais brasileiros e aguardando para embarque de soja nesta quinta-feira. Há outros 98 já previstos no line-up, mas que ainda não chegaram aos portos.
O Brasil deve embarcar 3,2 milhões de toneladas neste mês, segundo a consultoria MD Commodities, com sede em Chicago. O número é pouco menor que a metade da previsão anterior ,de 6,5 milhões de toneladas, informou a agência Bloomberg.
Em depoimento à agência, Pedro Dejneka, sócio da MD Commodities, afirmou que as exportações podem até ficar abaixo de 3 milhões de toneladas neste mês caso a colheita não ganhe ritmo no campo.
Para o ano todo, a MD Commodities disse à Bloomberg que as exportações brasileiras deverão somar 87 milhões de toneladas. Desse total, 83 milhões devem ser embarcadas até setembro, antes da entrada da safra americana no mercado.
Fonte: Folha SP