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Combilift aposta em solução para movimentação de equipamentos eólicos

Fabricante irlandesa, que completou 25 anos, lançou novos produtos globalmente e vê oportunidades de aumentar vendas de equipamentos para retroáreas no Brasil


A Combilift anunciou sua entrada no setor eólico offshore com o lançamento de um produto desenvolvido para movimentação de cargas de projeto em fábricas de equipamentos desse segmento. A fabricante irlandesa, que completou 25 anos em setembro, espera gerar receitas acima de 50 milhões de euros por ano nesse mercado até 2026. A Combilift destacou que uniu forças com líderes dessa indústria em busca de soluções de engenharia seguras e eficientes para transporte e armazenamento, contribuindo com essa cadeia de suprimentos. Há 15 anos no Brasil, a empresa também vê oportunidades de aumentar a venda de equipamentos para retroáreas portuárias no país.

A aposta na movimentação de equipamentos eólicos levou em conta a expansão de fontes renováveis e limpas no mundo, que vêm fomentando a fabricação de componentes pesados e de grandes dimensões, como torres e pás eólicas. Projetado na sede e na fábrica na Irlanda, com a colaboração da Siemens Gamesa, o ‘Combi-LC’ é voltado para a movimentação de torres e turbinas eólicas — algumas com 115 metros de comprimento e pesando aproximadamente 70 toneladas. A Combilift não detalhou os valores do pedido, da ordem de milhões de libras, fechado com a Siemens Gamesa para uma série de transportadores de carga sob medida.

A Combilift informou que, além da Siemens Gamesa, mantém conversas ativas com outras empresas da área de geração eólica offshore com demandas semelhantes. Esse transportador consiste em duas unidades de controle remoto personalizáveis com chassis de baixo nível que podem funcionar em operações em conjunto, com dimensões e configurações de rodas que variam de acordo com o peso e tipo de carga.

A Combilift também lançou outros dois produtos no evento de 25º aniversário da empresa, realizado em sua sede na cidade irlandesa de Monaghan. Um deles é uma máquina que opera em corredores estreitos com controle autônomo, projetada para manuseio automatizado de cargas longas, que também permite a operação manual quando necessário. Outro produto lançado é um software telemático que promete níveis de conhecimento mais altos para gerenciamento e utilização da frota. Ele fornece dados em tempo real da performance dos equipamentos, como rastreamento de localização, dados analíticos e alertas de manutenção.

A fabricante global de empilhadeiras articuladas multidirecionais e straddle carriers (movimentador universal) investe 7% da receita anualmente em pesquisa e desenvolvimento (P&D). A empresa exporta 98% de sua produção e entrega equipamentos de movimentação em mais de 95 países. Atualmente, a Combilift emprega mais de 800 pessoas em suas instalações em Monaghan e 200 em outros países. Os maiores mercados da empresa são: Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

Brasil
O CEO e fundador da Combilift, Martin Mc Vicar, explicou que os principais clientes no mercado brasileiro estão nas zonas secundárias do porto, mas ponderou que a empresa enxerga, no momento, oportunidades para um de seus produtos, que será destaque da participação da fabricante na próxima edição da feira Intermodal, em 2024, em São Paulo. “É um mercado ainda pequeno no momento, mas vejo grandes oportunidades para Combilift no Brasil com o ‘Slip Sheet’”, disse em entrevista a um grupo de jornalistas brasileiros durante visita à fábrica em Monaghan, na Irlanda. Portos e Navios e outros veículos de imprensa da área logística estiveram presentes.

A Combilift afirma que vem aumentando o número de patentes ao longo de seus 25 anos e apostando em soluções customizadas e alinhadas com o perfil de instalações dos clientes. O diretor-executivo da Combilift no Brasil, Rafael Kessler, disse que a vocação da empresa sempre foi o projeto, com uma pegada de encontrar nichos e oferecer produtos mais personalizados, identificando necessidades de espaço, segurança ou produtividade.

O diretor ressaltou que o ponto forte no mercado brasileiro está na retroárea, com clientes que movimentam de 40 a 100 contêineres por dia, e não no grande operador de cais. Kessler citou um cliente exportador de café no sul de Minas Gerais que optou por um straddle carrier, em vez de um reackstacker, dispensando investimentos, por exemplo, em reformas no piso. Outra vantagem, segundo ele, é o custo operacional mais baixo que o reachstacker. Entre os clientes de straddle carriers no Brasil estão: Saur (fabricante de tomadores de grãos), Aggreko (locação de geradores), Costa Café, Medabil (estrutura metálica), Tupy e Visia (pré-moldados de concreto).

No Brasil, a Combilift tem em torno de 550 equipamentos e de 180 clientes. “Cerca de 30% das nossas vendas são ‘repetições’ para clientes que expandem seus negócios. Temos grandes mercados de Minas Gerais até o sul e estamos crescendo no Nordeste, principalmente nos últimos dois anos”, contou Kessler à Portos e Navios. Ele observa que o aumento do comércio eletrônico durante a pandemia pressionou o setor de logística por eficiência e redução dos prazos de entrega. Outro fenômeno, percebido pela companhia a nível mundial, é a falta de espaço para expansão da armazenagem, principalmente nas regiões metropolitanas. No Reino Unido, por exemplo, a valorização e a escassez de metro quadrado disponível fizeram com que a empilhadeira articulada se tornasse o padrão devido à flexibilidade e mobilidade operacional nos armazéns. No Brasil, mais da metade da frota fornecida pela empresa já é de empilhadeiras articuladas.

Entre mercados potenciais, Kessler contou que a Combilift tem contatos com empresas do setor eólico no Brasil e considera natural que surjam oportunidades a partir do desenvolvimento de projetos offshore no país. Ele lembrou que, no passado, a Combilift chegou a fornecer para a Tecsis, fabricante de pás eólicas no Brasil. O diretor considera que um dos facilitadores para futuros negócios é a existência de uma base já estabelecida de engenharia, assim como assistência técnica no país. “Isso deve acontecer naturalmente. Boa parte da tecnologia é importada do exterior para o Brasil e sempre estivemos presentes no setor eólico”, projetou Kessler.


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