Levantamento realizado pela Datagro Grãos mostra que, até o dia 1º de março, a comercialização brasileira da safra 2023/24 de soja alcançou 33,2% da produção esperada. O resultado ficou aquém dos 33,8% observados em igual período do ano passado, além de muito distante dos 62,6% do recorde da safra 2020/21 e da média dos últimos cinco anos, de 48,5%.
O avanço mensal foi de 2,2%, inferior aos 2,6% registrados no mês anterior e distante dos 7,2% em 2023 e da média normal, de 6,2%. Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos, diz que o avanço abaixo do normal é reflexo direto da nova queda generalizada nos preços em fevereiro. “Somado ao forte recuo de janeiro, resulta em retração próxima dos 20% no ano”, ressalta. “Embora os produtores até tenham necessidade maior de venda em março para cumprir compromissos financeiros, em função dos baixos preços, a tendência é que as vendas sigam limitadas ao estritamente necessário”, complementa.
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Considerando a atual estimativa de produção em 147,31 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram, até a data analisada, 48,90 milhões de toneladas de soja. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava maior em termos relativos e absolutos, chegando a 54,16 milhões de toneladas.
Safra 2024/25
Pelos mesmos motivos, as negociações da safra 2024/25 também andaram pouco no período analisado. O levantamento da Datagro Grãos aponta para 1,3% da expectativa de produção compromissada.
Conforme exercício inicial realizado pela consultoria – a intenção de plantio sai em julho –, a projeção para safra 2023/4 é de 160,53 mi de t, o que representaria um crescimento de 9% ante a temporada atual.