A compra da draga chinesa iria render uma propina de R$ 5 milhões que seriam usados, em parte, para campanha política, afirmou o delegado da Polícia Federal Jorge Luiz Fayad Nazário.
O delegado não informou quem seriam os beneficiados, mas entre os investigados por fraudes no porto de Paranaguá está o suplente do senador e ex-governador Roberto Requião, Luís Guilherme Gomes Mussi.
A PF também solicitou a prisão do ex-superintendente do porto, Eduardo Requião, irmão do ex-governador, e apenas obteve da Justiça Federal um mandato de busca em seu apartamento em Curitiba.
Eduardo era chefe de um dos presos na operação, Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, que ocupava a diretoria financeira do porto em sua gestão e depois foi alçado a superintendente por sua indicação.
Negócio da China
A aquisição da draga era um projeto do ex-governador Requião, que argumentava que o porto público não poderia ficar à mercê das poucas empresas privadas que atuam no setor. O assoreamento do Canal da Galheta é um dos gargalos permanentes no porto de Paranaguá e exige dragagem constante.
A negociação, no valor de R$ 45,6 milhões, acabou não se concretizando por determinação da Justiça, que constatou diversas irregularidades na licitação.
Luiz Mussi é apontado como intermediador entre o governo a administração dos portos na compra da draga.
Também foi preso na operação desencadeada nesta quarta-feira (19), o inspetor-corregedor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná Agileu Bittencourt, que foi à China junto com a comitiva do porto para negociar a compra da draga.
As investigações da PF abrangem desvios de cargas, fraudes em licitações de empresas para limpeza do cais, fraude na compra da draga e remessa de dólares ao exterior.
Somente nesta quarta-feira, foram presas oito pessoas e cumpridos 29 mandados de busca e apreensão.
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