Em linha com consultorias privadas e entidades do segmento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também prevê que as usinas do país vão privilegiar a produção de açúcar em detrimento do etanol nesta safra 2020/21.
Em seu primeiro relatório sobre a temporada que começou em abril, divulgado ontem, a estatal estimou a produção de açúcar em 35,3 milhões de toneladas, 18,5% mais que em 2019/20, e a de etanol em 29,3 bilhões de litros, em queda de 13,9%.
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O movimento reflete a dupla crise no mercado doméstico do biocombustível, que encara queda de demanda e preços - neste caso sob influência do tombo do petróleo -, e o melhor momento das exportações de açúcar, em virtude sobretudo do câmbio favorável.
Da produção de etanol de cana, 9,2 bilhões de litros deverão ser de anidro (misturado à gasolina), 8,8% menos que no ciclo passado, e 20,1 bilhões de litros de hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos), uma redução de 16% na mesma comparação.
A Conab também divulgou projeções para a produção de etanol fabricado a partir de milho. Nesse caso, o órgão prevê um expressivo aumento de 61,1%, para 2,7 bilhões de litros - 713,4 milhões de anidro (alta de 76%) e 2 bilhões de hidratado (alta de 56,4%).
Assim, a produção total de etanol no país em 2020/21 deverá chegar a 32 bilhões de litros, com redução de 10,3% ante 2019/20.
No total, a Conab estimou a produção brasileira de cana em 630,7 milhões de toneladas em 2020/21, volume que representa uma redução de 1,9% em relação a 2019/20. Na região Sudeste, que lidera a moagem, a baixa deverá ser de 2%, para 406,6 milhões de toneladas.
Já no Centro-Oeste, apesar de aumento de produção em Goiás e da recuperação de produtividade em Mato Grosso do Sul, a retração tende a ser de 1,1%, para 138,9 milhões. No Sul, a redução deverá ser de 2,6%, para 33,3 milhões de toneladas, e no Nordeste a queda é calculada em 1,1%, para 48,4 milhões.
A área total de produção de cana no país foi estimada pela Conab em 8,4 milhões de hectares, com queda de 0,4%. O ATR (açúcar total recuperável) médio foi calculado em 138,4 quilos por tonelada, próximo ao de 2019/20 (139,3).
Fonte: Valor