A crise do Instituto de Seguridade Social Portus, o fundo de pensão dos trabalhadores de companhias docas de todo o País, será tema de discussão entre cerca de 30 sindicatos portuários e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), na próxima terça-feira (22). O encontro, intermediado pela deputada federal Rosana Valle (PSB), tem como objetivo garantir apoio para a aprovação de um plano capaz de resolver o problema de 10 mil associados.
Desses, 4.800 trabalhadores, aposentados ou pensionistas estão na região. Estimativas apontam que o fundo de pensão tem um rombo de R$ 3,7 bilhões.
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O presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, será um dos participantes da reunião com o presidente da Câmara dos Deputados. Ele aponta que há uma “proposta sedutora” para sanar as contas do fundo de pensão.
“Nós temos um plano apresentado informalmente, por isso, não podemos revelar detalhes ainda. O que queremos, nesta reunião, é o apoio dele (Rodrigo Maia). Precisamos de aprovação da Sest (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) porque o acordo prevê alguns compromissos das companhias docas”, explicou o sindicalista.
Apesar da necessidade de apoio das patrocinadoras, Cirino garante que o plano não prevê um novo repasse financeiro. “Não queremos um aporte do governo. Queremos uma definição que acabe, de uma vez por todas, com essa agonia”.
Para o presidente da Associação dos Participantes do Portus (APP), Odair Augusto de Oliveira, o momento é de expectativa, diante da preocupação com o futuro de milhares de trabalhadores. “A gente tem que acreditar. Até os 49 minutos do segundo tempo, a gente pode ganhar e eu ainda tenho esperanças, ainda mais com essa proposta. Mas precisamos do apoio das patrocinadoras”.
Preocupação
A deputada Rosana Vallle conversou pessoalmente com Maia, na noite de quinta-feira, e garantiu a confirmação da reunião. A parlamentar pontuou a preocupação dos trabalhadores, diante do plano do Governo Federal de desestatização da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a maior patrocinadora do Portus.
“No âmbito administrativo, cabe destacar que não prosperaram os sucessivos pleitos de mediação feitos junto a Previc para que o plano seja saldado através de um amplo acordo para assegurar o ingresso de recursos e estancamento dos deficits, consoante ao equacionamento das dívidas das patrocinadoras e União Federal, bem como coparticipação de seus integrantes, os quais, honradamente, contribuíram por décadas com a instituição”, afirmou a parlamentar.
Fonte: A Tribuna