De Washington - A brasileira Cutrale, maior fabricante e exportadora de suco de laranja do mundo, teve que adiar os planos de construir um terminal no porto de Tampa, na Flórida, em decorrência da crise na produção de laranja no Estado americano. Pelos planos iniciais, o projeto deveria ficar pronto em meados deste ano, mas a empresa pediu uma prorrogação de um ano na sua opção para ocupar um lote no porto.
Em 2009, a Cutrale anunciou o investimento de US$ 30 milhões na construção de um terminal, incluindo oito tanques para estocar quase 30 milhões de litros de suco não concentrado (NFC, na sigla em inglês). O porto de Tampa participaria do projeto com um aporte de US$ 2 milhões em melhorias. Segundo proposta entregue pela Cutrale, o terminal será usado como base para exportar suco de laranja produzido na Flórida. Mas os produtores locais receiam que os tanques sejam usados para trazer suco do Brasil aos EUA.
A Cutrale tem uma subsidiária nos EUA, a Cutrale Citrus Juices USA. Em 1996, a companhia comprou as unidades de processamento de laranja da Minute Maid nas cidades de Auburndale e Leesburg.
Há algumas semanas, a Cutrale conseguiu prorrogar por mai um ano a opção para construir o novo terminal. No pedido apresentado ao porto de Tampa, a empresa diz que precisa de mais tempo para tocar o projeto "devido a incertezas na indústria de citros em parte causadas pelo greening na safra da Flórida".
O greening, provocado por uma bactéria, é hoje uma das maiores preocupações dos produtores da Flórida e de São Paulo. Mas a indústria também vem sendo afetada pela desaceleração econômica nos EUA, que reduziu a demanda por suco, e pela concorrência de bebidas feitas com outras frutas. Mais recentemente, os pomares da Flórida sofreram com geadas, o que levou os preços do suco ao maior nível em três anos.
Procurada, a Cutrale não concedeu entrevista sobre esse tema. A assessoria de imprensa da empresa informou que "só existe uma opção de aluguel de terreno na zona portuária [de Tampa] e estudos preliminares [para a construção de um terminal], nada além disso".
(Fonte: Valor Econômico/AR)
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