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Navalshore

Depois de um mês, fila de navios no Porto de Paranaguá volta a andar

Depois de três dias sem chuva, navios graneleiros que aguardavam ao largo há mais de um mês finalmente conseguiram deixar o Porto de Paranaguá na tarde de ontem. A fila, contudo, não tem data para acabar. No final do dia, embarcações que chegaram à baía paranaense no dia 15 de março ainda esperavam vaga para carregar soja e farelo. No total, 30 navios aguardam liberação para atracar e outras 3 embarcações devem chegar nas próximas 48 horas, conforme informações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Operadores portuários ouvidos pela Gazeta do Povo relataram à reportagem que, entre soja, milho, farelo e trigo, Paranaguá teria deixado de embarcar cerca de um milhão de toneladas de granéis em março por causa das chuvas. Quando começa a chover, os trabalhos são interrompidos.

Em condições normais, os navios graneleiros precisam aguardar em média 120 horas para atracar em Paranaguá. Das 30 embarcações que estavam fundeadas ontem, entretanto, apenas cinco chegaram à baía paranaense nos últimos cinco dias. Entre chegada, atracação, carregamento e partida, o processo que levaria uma semana agora gasta um mês.

A Appa informou que os três berços do corredor de exportação de grãos de Paranaguá voltaram a operar com capacidade plena nesta semana, mas que, mesmo com clima bom nos próximos dias, a normalização dos embarques ainda deve levar mais “algum tempo”. Sem chuva, o porto tem capacidade para embarcar até 100 mil toneladas de granéis por dia.

Para encher os 30 navios fundeados atualmente em Paranaguá seriam necessários 1,8 milhão de toneladas de soja, o equivalente a cerca de 12% da produção paranaense neste verão, que segundo a Expedição Safra Gazeta do Povo soma 14,5 milhões de toneladas da oleaginosa. Esse volume está represado nos armazéns de cooperativas, cerealistas e tradings.

Por meio de sua assessoria, a Appa relatou que o movimento “acumulou um pouco” neste mês por causa dos atrasos de março, quando as chuvas provocaram os desmoronamentos que interditaram a BR-277. Por outro lado, a concentração de navios é considerada “normal para este período do ano”. As senhas do Carga On-Line, sistema que gerencia o fluxo de veículos até o porto, estão sendo distribuídas normalmente.

Apesar da fila de navios, não há concentração de caminhões no Porto de Paranaguá. Os operadores afirmam que será necessário ao menos uma semana de sol para aliviar o congestionamento no mar.

O problema não deve prejudicar o desempenho das exportações de soja e milho por Paranaguá, dizem os analistas. “Houve cooperativa que não conseguiu cumprir contrato de exportação de 180 mil toneladas no prazo”, disse Nilson Hanke, assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), sem citar o nome da empresa. “No geral, não tivemos problemas significativos até agora”, ponderou.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), 15% da soja e 35% do milho ainda estão no campo no estado. Perto de metade da safra paranaense de grãos de verão já foi comercializada.

Cai demanda por armazéns

Apesar do aumento de 5% na produção de soja no Paraná (14,57 milhões de toneladas), os armazéns estão menos sobrecarregados do que no ano passado. Isso porque a produção de milho caiu 18,5% (a 5,52 milhões de t), conforme a Expedição Safra Gazeta do Povo. Somando os dois produtos, o volume deste ano é 540 mil t menor.

Na Cooperativa Integrada de Londrina, o planejamento para receber a safra ajudou a evitar prejuízos aos produtores rurais. Segundo o gerente de logística, Celso Otani, a cooperativa teve que ampliar os locais de recebimento dos grãos diante da colheita concentrada. “Tive­­mos atrasos no cronograma de saída também para o mercado interno”, acrescenta. Isso porque, os processadores de grãos também não conseguiam escoar seus produtos.

A Coopavel, de Cascavel, infor­­mou que não está enviando grãos ao Porto de Paranaguá. “O que nós tínhamos para enviar já foi”, disse o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli. Na C. Vale, de Palotina, a prioridade agora é o mercado interno, que está remunerando melhor.

Fonte: Jornal de Londrina






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