O anúncio de que a safra nacional de grãos 2010/2011 deve atingir o recorde de 153 milhões de toneladas, com aumento de 2,6% sobre as 149,2 milhões de toneladas apuradas na safra passada, já movimenta o setor de Transporte Rodoviário de Carga (TRC) do Paraná. Laudio Luiz Soder, Diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), explica que mesmo com esta expectativa recorde a colheita da safra 2010/11 não deve sobrecarregar o sistema de transporte. “Um dos motivos é que a chuva atrasou a colheita de grãos no Oeste do Paraná. Nesta época do ano, por exemplo, 20% da plantação de soja cultivada no núcleo de Cascavel deveriam ser colhidas. Mas dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento indicam que a quantidade de grão colhida não passa de 1% por causa do mau tempo”, diz.
Soder não acredita que irá faltar caminhão para atender a demanda da colheita. Para o Diretor, além do problema da chuva, o que vai acontecer é que, num curto período de tempo, aproximadamente em março, haverá uma demanda elevada de transporte até acomodar os grãos que virão da lavoura. Passada esta fase, tudo volta ao curso normal, sem falta de caminhões. “Diante da concorrência perfeita existente no setor, só vai faltar caminhão em locais mais isolados e para quem não subir o frete, acompanhando os preços do mercado”, afirma. Além disso, Soder destaca que diante da entrada do grande volume de caminhões no mercado de transporte por conta do Procaminhoneiro e do recuo nas estimativas de colheita por causa das chuvas, os valores dos fretes deverão permanecer nos mesmos patamares do ano passado ou, talvez, na média do ano pode haver até mesmo uma redução. “A alta do frete, se ocorrer, deve vigorar somente no período da colheita e deve ser reajustado em 5% a 10%. Este ano a alta tem dias contados”, fala.
O Diretor do Setcepar comenta ainda que nesta época, por causa do movimento das estradas, o maior desafio é a descarga dos caminhões. “Tem havido gargalo na descarga, o que provoca perdas ao transportador que fica com os caminhões parados. Além disso, acabam acontecendo brigas por conta da indenização das estadias aos transportadores autônomos”, ressalta. Para Soder a conclusão da dragagem emergencial dos berços de atracação do Porto de Paranaguá pode refletir positivamente para o transporte de safra, uma vez que mais navios poderão atracar ao mesmo tempo, agilizando o carregamento. “Se isso acontecer resolve em parte o gargalo da descarga de caminhões. Assim, haveria redução no maior problema do TRC, que é a descarga e o pagamento de estadias”, finaliza.
Perfil do Setcepar
Criado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) representa 5.000 empresas de transporte de cargas em 265 cidades do estado. O Setcepar oferece aos associados diversos serviços e eventos, para debater e fomentar melhorias no setor, e no relacionamento das empresas entre si e com demais setores da sociedade.
Fonte: Paranashop
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