As empresas contratadas pelo Exército não conseguiram identificar o fenômeno amazônico e isso causou, além dos atrasos, prejuízos com a perda de materiais.
Empresas contratadas não conseguiram identificar o fenômeno amazônico, o que causou atrasos e prejuízos em portos. Foto: Jair Araújo Empresas contratadas não conseguiram identificar o fenômeno amazônico, o que causou atrasos e prejuízos em portos.
Brasília - Falhas nos projetos que não detectaram o fenômeno das terras caídas no Amazonas, aliadas à falta de capacidade técnica, financeira e operacional do estaleiro contratado para construir os terminais hidroviários no Estado, atrasaram em dois anos a conclusão das obras, admitiu o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot.
“Por mais ajuda que deram ao estaleiro, por mais apoio, o estaleiro na realidade também se embaralhou demais”. Dos 36 terminais previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), dez foram entregues, dos 26 restantes, apenas o de Boca do Acre ainda está na fase de licitação.
Outros 15 foram contratados este ano com o governo do Estado. De acordo com Pagot, as empresas contratadas pelo Exército não conseguiram identificar o fenômeno amazônico e isso causou, além dos atrasos, prejuízos com a perda de materiais.
“Com o transcorrer dos processos de implantação se verificou que essas terras não eram consistentes, eram terras frágeis, nessa última grande seca do Amazonas em vários locais, o rio acabou levando grande parte desses materiais, nós tivemos problemas em Manicoré, em Boca do Acre, na calha do Rio Purus e além do Rio Madeira. São rios muito grandes, agressivos”, disse.
Na opinião do diretor, tanto a Companhia Docas do Maranhão (Codomar) quanto a Secretaria de Infraestrutura do Amazonas (Seinf), que constrói a maior parte dos terminais, foram prejudicadas.
Além disso, com as cheias históricas no Estado, disse ele, muitos projetos tiveram que ser revistos para não ocorrer o que aconteceu com o Porto de Parintins, que após inaugurado ficou submerso. Com os problemas saneados, ele acredita que em dois anos todos os 41 portos em obras devem ser concluídos.
A média de custo de cada terminal é de R$ 12 milhões, segundo o Dnit.
Fenômeno
Em outubro deste ano, o fenômeno das ‘terras caídas’ ameaçava comunidades em 11 municípios do Amazonas cortados pelo Rio Solimões, conforme mapeamento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A situação mais crítica era a de São Paulo de Olivença, a 985 quilômetros a oeste de Manaus, que decretou situação de emergência, após o deslizamento de pelo menos 50 moradias no terceiro desmoronamento registrado desde agosto passado.
Fonte: portal@d24am.com/Ana Cláudia Leocádio
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