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Do transporte de soja ao trem de alta velocidade

De São Paulo - O empresário Guilherme Quintella trabalha no projeto da Contrail há quase dois anos. É fruto da visão de grandes oportunidades de negócios na logística ferroviária desde a década de 80. Em 1985, ele começou a operar com trens no transporte de soja na parceria Cutrale-Quintella, tornando-se o maior cliente ferroviário do país. "Levamos soja, pela primeira vez, para embarque em Santos", relata.

Nos anos 90, as primeiras locomotivas privadas foram compradas pela CQ, operando na malha da antiga Fepasa. Foi também pioneira em usar o sistema de navegação hidroviária no Tietê-Paraná, com o transporte de soja. Em 2003, essas operações e seus ativos (locomotivas, vagões, barcaças e terminais) foram arrendados à francesa Louis Dreyfus, que era uma de suas grandes clientes.

No mesmo ano, Quintella fundou a Estação da Luz Participações (EDLP), que participou do processo de reestruturação da Brasil Ferrovias - holding de fundos de pensão estatais e BNDES que operava três ferrovias: Ferronorte, Ferroban (antiga Fepasa) e Novoeste. A EDLP atuou como assessora da ALL na compra desses ativos em maio de 2006.

Atualmente, a EDLP tem quatro empresas. A Lopex, de operações logísticas, na qual detém 67% e Augusto Pires, 33%, e que é a controladora integral da Contrail. A segunda é a Expansa, de empreendimentos imobiliários associados a logística. O terceiro ativo é a EDLI, uma braço de investimento da EDLP que no momento está montando o fundo FIP-TAVBrasil para participar do trem-bala brasileiro. Por fim, o Instituto Conduzir, entidade sem fins lucrativos voltada ao transporte de crianças e adolescentes de baixa renda para o tratamento de combate ao câncer.

Há dois anos, a EDLP participou da criação da Rumo Logística, empresa do grupo Cosan que montou uma plataforma de transporte de açúcar do interior paulista ao porto de Santos. Quintella é conselheiro da empresa.

Em seu envolvimento com o negócio de ferrovias, em 2006 o empresário criou a ADTREM, uma agência para desenvolvimento de trens rápidos entre municípios. "O objetivo era atrair e trazer a cultura do trem de alta velocidade para passageiros ao Brasil. Foi uma ação pioneira na discussão desse modelo de transporte no país", diz.

Atualmente, Quintella é representante no Brasil da UIC-Union Internationale des Chemins de Fer, entidade que congrega 95% das ferrovias em todo o mundo.

(Fonte: Valor Econômico/IR)


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