Em decorrência da paralisação nacional organizada pelos caminhoneiros autônomos desde a última segunda-feira (21), os terminais instalados no Porto Organizado de Suape estão sentindo os efeitos da proibição do acesso de veículos à área portuária.
Desde o início da semana, os manifestantes só estão permitindo o acesso de veículos de pequeno porte e ônibus de trabalhadores. Dessa maneira, a carga e descarga de produtos e as operações portuárias estão comprometidas.
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Na noite de terça-feira (22), a juíza federal Daniela Zarzar Pereira de Melo Queiroz expediu decisão, após a Infraero informar que 70 voos seriam prejudicados no Aeroporto Internacional dos Guararapes.
No início da manhã de quarta-feira (23), os manifestantes permitiram a entrada de um comboio de oito caminhões-tanque para abastecê-los com querosene de aviação (QAV). Até o momento, no entanto, os veículos permanecem nos pátios.
Uma média de 1.600 a 2.000 caminhões/dia (70% de combustíveis) estão deixando de ter acesso ao porto.
Sete navios estão na área de fundeio na manhã desta quinta-feira (24), número considerado normal. Até o momento, nenhum navio deixou de atracar. Em poucos dias, no entanto, se não houver evolução nas negociações com os manifestantes, novos navios poderão ser impedidos de atracar devido à indisponibilidade de área para armazenagem ou falta de carga para embarque.
No momento, 1.800 veículos importados estão no Pátio Público de Veículos 1 e não foram escoados via rodoviária.
O Terminal de Contêineres (Tecon Suape) paralisou a movimentação entre terminais desde terça-feira e não faz nenhuma movimentação rodoviária desde então. Um volume de aproximadamente 5 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) está parado nas dependências da empresa, por falta de escoamento.
Até o momento, contudo, a escala de chegada de navios no Tecon está mantida, já que a operação portuária de retirada dos contêineres não foi afetada. Apenas os equipamentos de terra estão comprometidos por falta de óleo combustível. O armazém e o pátio da Localfrio, que também opera contêineres, estão com volumes crítico em razão da ocupação.
Todas as empresas do porto organizado e embarcações estão impedidas de receber mantimentos, produtos de limpeza, água e até a coleta seletiva de lixo está comprometida.
O terminal da Ultracargo, que armazena produtos de alta periculosidade (butadieno), necessita diariamente de abastecimento de nitrogênio, gás não disponível no porto e que serve para resfriar o sistema de tancagem. Na terça-feira, os manifestantes permitiram a entrada de apenas um caminhão. Há produto disponível até amanhã (25). Há necessidade da entrada de novos veículos para garantir o abastecimento.
O óleo combustível utilizado em geradores convencionais de escolas, postos de saúde, hospitais e afins está impedido de sair do porto. Gasolina e etanol também não estão deixando os terminais, comprometendo o abastecimento dos postos em toda a região.
Os terminais de tancagem de combustíveis que dependem diretamente do modal rodoviário estão com capacidade entre 73% e 98%. A Decal, que depende pouco dos caminhões, está com armazenagem em 30%. No total, a capacidade de tancagem dos terminais está em 67%.
Termoelétricas como a Suape Energia também estão comprometidas, pois não receberão óleo combustível, uma vez que só recebem o produto por via rodoviária. Toda a carga encontra-se armazenada dentro do porto organizado.
A Bunge Moinho, que armazena trigo, está com os silos praticamente cheios. Consequentemente, também não estão realizando a distribuição para padarias e indústrias.
Todas as unidades de envase de Gás Liquefeito de Petróleo-GLP (gás de cozinha) que atendem a região estão em Suape e estão com 100% de sua capacidade de armazenagem. Nenhum produto foi retirado do porto desde a última segunda-feira (21). O desabastecimento também impacta clientes como hospitais, indústrias, restaurantes, hotéis e prédios residenciais.
Fonte: Ascom Suape