Apesar do plano da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) de retoma, amnhas, quinta-feira (8), a dragagem de manutenção dos trechos 2, 3 e 4 do canal de navegação do Porto de Santos, a retirada de sedimentos só será iniciada em cerca de 15 dias. O prazo é necessário para que a draga responsável pelo serviço chegue ao cais santista. Depois disso, a embarcação ainda precisará passar por uma perícia da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP).
Na última segunda-feira, o Conselho de Administração (Consad) da Codesp aprovou a inclusão da dragagem dos trechos 2, 3 e 4, que vão do Ferry Boat até a Alemoa, no contrato já firmado em abril com a Van Oord Operações Marítimas. A firma holandesa é responsável pela manutenção das profundidades do trecho 1, da Barra de Santos até o Entreposto de Pesca.
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Com isso, a previsão da Docas era de que os trabalhos de retirada de sedimentos fossem retomados na quinta-feira (9). No entanto, de acordo com a empresa de dragagem, ainda não há embarcação destacada para o serviço. Isto porque a draga que deveria realizar os trabalhos no trecho 1, a Geopotes 15, está no Rio de Janeiro. A Tribuna apurou que ela deve se deslocar para o Porto de Santos apenas na próxima semana.
A segunda opção é a draga Lelystad, que também já atuou na manutenção das profundidades do complexo santista. O problema, neste caso, é que a embarcação está fora do País e levará ainda mais tempo para chegar ao Porto.
Em nota, a Codesp informou, através de sua assessoria de imprensa, que, enquanto as embarcações não são deslocadas, será realizado o serviço de batimetria (levantamento de profundidades). O procedimento, que deverá durar entre 10 e 15 dias, “irá apurar com exatidão os volumes a serem dragados, bem como a localização, visando permitir a intervenção cirúrgica da draga”.
Capitania dos Portos restringiu o calado operacional de trechos do cais santista há cerca de 20 dias
A Docas não respondeu o motivo pelo qual a Geopotes 15 não está no cais santista, já que o serviço do trecho 1 está em andamento. A estatal limitou-se a dizer que estava em tratativas com a Van Oord para o aditivo contratual e ainda que o prazo de 10 a 15 dias é “tempo mais do que suficiente para o deslocamento da draga do Rio de Janeiro até Santos”.
Aditivo
Após a assinatura do aditivo, realizada ontem, a Van Oord deverá dragar os quatro trechos do canal de navegação até outubro. Para compensar a ampliação do contrato, foi reduzido o volume estimado de dragagem.
Com isso, ao invés de serem retirados 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos apenas no trecho 1 do canal, serão dragados 940 mil metros de sedimentos nos quatro trechos da via navegável, da Barra de Santos até a Alemoa.
A Codesp tem pressa para retomar o serviço porque a Capitania dos Portos de São Paulo, nos últimos 20 dias, restringiu o calado operacional na via de navegação. A situação ainda pode piorar com as chuvas desta época do ano, que aumentam o assoreamento (deposição de sedimentos) no estuário.
A restrição atingiu o canal de navegação (da Torre Grande até a Alemoa), as bacias de evolução (na Alemoa, em frente à Brasil Terminal Portuário) e três berços de atracação (no Macuco e na Ponta da Praia), causando prejuízos às instalações localizadas nessas regiões.
Fonte> A Tribuna online/FERNANDA BALBINO