Eike Batista, presidente da EBX, disse nesta quarta-feira que pode se interessar em participar da rodada de concessões de portos, a ser anunciada nas próximas semanas pelo governo. “Vou avaliar com cuidado as medidas”, disse após participar do anúncio das concessões de rodovias e ferrovias à iniciativa privada, em Brasília.
O empresário gostou do plano anunciado nesta quarta-feira. “Finalmente um pacote do tamanho do Brasil. O que vimos até agora foram pacotes mixurucas. Há muito investimento rendendo abaixo de zero lá fora, há muita gente esperando por retorno com esta margem que estes planos de concessão estão oferecendo ao empresário”, afirmou.
Eike ressaltou que o Brasil precisa de “choque de eficiência”, e disse que a redução do custo de logística é um exemplo desse tipo de avanço. O empresário, que tem investimentos no setor de portos e petróleo, entre outros, não mostrou interesse em investir em ferrovias e setores relacionados, como a fabricação de trilhos. “Não é muito a minha área.”
Ele ainda criticou o custo da energia no país, setor que deverá ser objeto de medidas a serem anunciadas também nas próximas semanas. “Temos a tarifa mais cara do mundo”, disse Eike, cobrando do governo incentivo a formas alternativas de produção de energia, como a solar.
"Plano ousado"
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, disse que o plano de concessão de rodovias e ferrovias do governo federal é um projeto “ambicioso”, mas fundamental para alavancar os investimentos para melhorar a infraestrutura logística do país. “É um programa ousado, mas factível.”
Pelo plano de concessões, apresentado nesta quarta-feira pelo governo federal, os contratos de concessão de rodovias deverão ser assinados já no próximo ano. “É ousado, mas dá para fazer”, afirmou Simão.
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoi, concorda com o colega da Cbic. Mas acrescentou que a agilidade no processo vai depender das regras do jogo, o que implica em segurança jurídica, assim como a rentabilidade dos projetos. Na avaliação dele, esse plano de concessões vai ajudar na melhoria da competitividade do país num prazo de cinco a seis anos, com a concentração dos investimentos neste período.
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter disse que o plano de concessão do governo é atrativo pelo fato de o país estar atrasado na área de infraestrutura e importante para a retomada da economia brasileira. Na avaliação dele, era necessário fazer concessões ou parceria com a iniciativa privada para que o governo consiga suprir as limitações orçamentárias.
Fonte: Valor Econômico / André Borges, Rafael Bitencourt e Edna Simão
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