BRASÍLIA  - Preocupada com o prazo apertado da MP dos Portos no Congresso, a  presidente Dilma Rousseff fez uma reunião de coordenação política nesta  quinta-feira e pediu empenho para aprovação até 16 de maio do marco  regulatório do setor portuário, considerado por ela fundamental para a  infraestrutura do país.
Dilma chamou o vice-presidente Michel  Temer, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o  presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador José Sarney  (PMDB-AP) para pedir que eles se envolvam nas negociações no Congresso  para aprovar a medida provisória, disse à Reuters uma fonte do governo,  sob condição de anonimato.
"Ela está muito preocupada com a aprovação", disse a fonte.
Na  terça-feira, outras duas fontes do governo revelaram a preocupação com o  pouco tempo para a aprovação da MP dos Portos na Câmara e no Senado, e  disseram que o governo já trabalha com a possibilidade de que a medida  não seja aprovada a tempo.
Se isso ocorrer, seria o primeiro  marco regulatório proposto por Dilma a naufragar no Congresso, o que  representaria uma grande derrota e abriria margem para novas críticas da  oposição e dos possíveis candidatos à Presidência em 2014.
O  governo terá que pressionar sua ampla base aliada para aprovar a MP na  próxima semana na Câmara e na semana seguinte no Senado.
As duas  fontes do governo, que falaram sob condição de anonimato na terça,  consideram que o principal problema para a tramitação da matéria foi a  condução das conversas com o Congresso, que ficou sob a responsabilidade  da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
As fontes também apontaram a insistência de Dilma em alguns pontos da proposta como dificuldade adicional.
Na  reunião desta quinta, Dilma pediu empenho dos presentes para aprovar a  MP, mas resistiu reabrir a negociação sobre pontos que o Congresso tem  pressionado por mudança.
Durante o encontro, segundo a fonte  ouvida nesta quinta, foi feita uma avaliação de que a MP ficou muito  extensa e os pontos considerados fundamentais pela presidente ficaram  perdidos ao longo do texto e foram alvo de mudanças que o governo não  conseguiu gerenciar.
Não bastassem as dificuldades políticas para  aprovar a MP, há ainda contestações regimentais ao texto aprovado pela  comissão mista que a analisou.
O deputado Valtenir Pereira  (PSB-MT) protocolou pedido nas secretarias-gerais das mesas da Câmara e  do Congresso para que o relatório seja remetido para a comissão mista  novamente. Segundo ele, houve fez mudanças no relatório que não foram  anunciadas na sessão durante a leitura.
Numa delas, o prazo para  que o governo aceite os "pedidos de autorização para exploração de  instalações portuárias" foi alterado de 31 de dezembro de 2012 para 6 de  dezembro de 2012. O deputado argumentou que essa alteração não foi  analisada pela comissão e, portanto, a MP não pode ser votada em  plenário.
Caso o pedido seja aceito, a votação da MP até o dia 16 pode ser inviabilizada.
Fonte: Reuters/Jeferson Ribeiro
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