De São Paulo - Além de novos terminais e ampliações, a iniciativa privada investiu em equipamentos para se adaptar ao novo perfil das embarcações resultante das melhorias na infraestrutura - a tonelagem média por navio, que se situava em 15,1 mil toneladas em 2010, passou para 16,5 mil no ano passado. A Libra este ano tem R$ 550 milhões destinados a investimentos em Santos, com foco em expansão e produtividade. O projeto visa integrar seus três terminais em um berço único de atracação de mais de 1.700 metros, preenchendo o enclave existente entre dois deles e reacomodando a linha férrea fora do terminal, com um acesso passando por cima dele.
Segundo o presidente Wagner Biasoli, a capacidade deve passar dos 850 mil TEUs atuais para 1,7 milhão. Nos últimos dois anos a Libra comprou quatro portêineres com lanças maiores e três RPGs e tem iniciativas para aumentar a eficiência no terminal como porta tampa, para economizar espaço utilizado pela tampa com a movimentação de um pórtico ao longo do costado, e pesagem nos RPGs, que em breve será implementada em outros equipamentos. "A produtividade saltou para até 70 MPH", registra Biasoli.
A Santos Brasil também mira a produtividade. No ano passado, adquiriu 12 novos RTG twin pick (guindastes sobre pneus capazes de içar dois contêineres de 20 pés) e 34 terminal tractors (veículos para transporte de contêineres dentro do terminal). Com isso, ampliou a produtividade média de 50 para 80 movimentos por hora (MPH), chegando a registrar o recorde de 155 MPH. A meta para o super post Panamax é ficar na média de 100 MPH, mas a empresa já se prepara para atender o padrão ultra light conteiner ship (ULCS), navios com capacidade de transportar 13 mil TEUs que devem começar a chegar a Santos em 2013.
"A meta é a produtividade ficar na média de 120 MPH", adianta o presidente Antonio Carlos Sepúlveda. Este ano, os investimentos de R$ 80 milhões serão destinados principalmente à aquisição de scanners para contêineres - o terminal tem capacidade de 2 milhões de TEUs/ano e chegou a 1,4 milhões em 2011. Em parceria com a MRS, estão sendo realizadas adequações no pátio para permitir o empilhamento de dois contêineres no trem e atingir a meta de ampliar a participação do modal ferroviário de 5% para 15%. "Isso é pioneiro no Brasil", diz.
Os investimentos da Embraport e da BTP são os mais vistosos. A Embraport programou, no total, R$ 2,3 bilhões. Já está construindo os primeiros 350 metros de cais e 50 hectares de retroárea para armazenagem de cargas em geral, estrutura que será disponibilizada para o início das operações no começo do ano que vem. Quando estiver concluído, o terminal terá cais de 1,1 mil metros e retroárea de 324 hectares para movimentação anual estimada de 1,2 milhão de TEUs e 2 bilhões de litros de graneis líquidos.
Já a BTP prevê R$ 1,8 bilhão para instalar capacidade para movimentar 1,2 milhão de TEUs e 1,6 milhão de toneladas de granéis líquidos por ano. Segundo o presidente da empresa, Henry James Robinson, cerca de 55% do projeto já está desenvolvido e todos seus equipamentos estão encomendados - só aqui foram investidos mais de US$ 230 milhões.
Em agosto devem chegar os oito portêineres e são mais 26 RBGs, oito empilhadeiras, 55 veículos de transporte horizontal. O grosso dos investimentos foi direcionado para a remediação ambiental de 340 mil metros da área que o terminal ocupa, contaminada por décadas de utilização para descarte de resíduos do porto. "No primeiro trimestre de 2013 estaremos operando com contêineres", diz o executivo.
Fonte: Valor Econômico.
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